sábado, 27 de novembro de 2010

Adormece

Ela está deitada na cama quando ouve um barulho. Estranha, pelo fato de morar só. De repente sente uma pessoa se deitando ao seu lado. Ela tenta se levantar, mas está imóvel, aterrorizada. Quer ligar a TV, mas não consegue se mexer. Então se dá conta de que está dormindo e tenta acordar.
Quando acorda ouve um barulho em sua casa. Se levanta para ligar o computador. A luz não acende. Ela fica desesperada. Ouve passos no andar de cima. Percebe então uma pessoa descendo as escadas.
Ela acorda. Está deitada na sua cama. Levanta-se e sai do quarto, se deparando com pessoas no terraço da casa. Senta-se em um batente, desconcertada. É uma festa. Ela se levanta e encontra um amigo. Começa a conversar pra se descontrair quando vê um homem parado olhando pra ela. Então abraça assustada o amigo e desmaia. Alguns amigos vão tentar socorrê-la, acordá-la.
Ela acorda. Está em sua cama. Levanta, pega um lápis e um caderno, volta para o quarto e começa a escrever. E adormece.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A flecha que saiu no sopro da língua ferina
partiu ao meio
a última
que morre.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Carlos

Carlos está muito insatisfeito com o salário atrasado e resolve procurar um novo emprego. Chega com o seu portfólio em uma agência e é contratado de imediato.
Chega para contar a notícia para o seu chefe e ele não aceita. Diz que não só vai pagar o salário como também vai receber um aumento.
Ele liga para avisar que não vai poder aceitar o emprego, mas o dono da agência aumenta a oferta. Carlos desliga animado e vai avisar ao seu chefe, que grita:
- Pois ele que venha aqui lhe buscar, porque eu ainda cubro a oferta dele!
Nesse momento o dono da agência entra esbravejando:
- Pois eu dobro a sua!
- E eu triplico!
- E eu pago dez vezes mais!
- Putz, pode ficar, que ele num vale tudo isso não!
- Sério?
- É...
- Ih, então também num quero não!
- Tchau, Carlos!
E como resultado, Carlos acabou desempregado.

sábado, 14 de agosto de 2010

thaispetacular! diz:
 http://izismile.com/2009/10/27/creepiest_iprofessionally_retouched_photos_of_children_80_pics.html

A. diz:
 caralho
 ridículo
 tudo com cara de prostituta

thaispetacular! diz:
 tenso, ne?

A. diz:
 mas vamos dar um desconto que é na rússia

thaispetacular! diz:
 huehueeuhuehueh
 e aí?
 o povo na russia é bizarro?

A. diz:
 sim, cara

thaispetacular! diz:
 ahuehuaheh

A. diz:
 é a marca da rússia
 agora no verao eles tao tendo 35, 40 graus de sol
 o povo fica nu na rua tomando banho de fonte

thaispetacular! diz:
 huhuahuehuhauheuhauhe

A. diz:
 e o pvo tá morrendo adoidado

thaispetacular! diz:
 pq?

A. diz:
 porque bebe e vai tomar banho no rio e morre

thaispetacular! diz:
 eita

A. diz:
 e as crianças morrem

thaispetacular! diz:
 aheuhuaheuhuhauehuahe

A. diz:
 porque os pais bebem

thaispetacular! diz:
 povo punk da porra

A. diz:
 e deixam soltas
 e morrem afogadas
 nao é brincadeira, passa no jornal
 é TENSO lá
 povo mais bizarro que exis

thaispetacular! diz:
 no frio morrem pq bebem e dormem do lado de fora

A. diz:
 te

thaispetacular! diz:
 aehuiahuiehiuaheuihauieh

A. diz:
 heheheh
 sim

thaispetacular! diz:
 foda de vodka russa parece água
 aí é facim facim de beber

A. diz:
 pois é
 e vodka é aguinha, né
 daí voce tir ao níveldo povo

thaispetacular! diz:
 heheheheh

A. diz:
 http://www.youtube.com/watch?v=g7JAYteVV8k&feature=iv&annotation_id=annotation_482101
 e eles fazem coisas bizarras
 como as banyas, que sao saunas públicas
 onde fica todo mundo semi nu
 tomando banho de piscina quente
 e batendo ramos de plantas nas costas dos outros
 depois vao direto pra neve rolar no chao
 ai voltam pra sauna

thaispetacular! diz:
 hauehuhauehuahuehuaeuh
 será que eu ia me chocar muito lá?
 ou ia achar divertido?

A. diz:
 cara, eu acho massa
 mas a realidade é triste
 é um povo altamente alcoolatra e descrente
 sem muita perspectiva
 sao culturamente grossos e bizarros
 e as mulheres tendem a se prostituir
 ja que as "noivas russas" sao famosas
 hehe
 mundialmente
 voce importa qualquer russa gatinha por dinheiro

thaispetacular! diz:
 é culpa do socialismo
 e tu ainda vai votar em plinio
 sjiojoijaojoeiajoeijaejoiajije

A. diz:
 te lasca
 UAIHEAUEAJUEHAUEAHI

thaispetacular! diz:
 ahuheuhauehuahuehaueuhauhuehauhe

A. diz:
 socialismo é massa
 obriga todo mundo a ser ateu
 \o/

thaispetacular! diz:
 huaheuhauheuahuehuahuehaueh
(h5)

sábado, 7 de agosto de 2010

Samba da lua

Boemia
Fazer samba no domingo
É poesia
E o batuque que surge
Todo dia
É a melodia da vida
Fantasia

Quando a lua crescente
Enche para sambar
O luar no terreiro
Ao samba iluminar
E a prosa do pandeiro
Vira a lua no ar

Boemia
Fazer samba no domingo
É poesia
E o batuque que surge
Todo dia
É a melodia da vida
Fantasia

Saberia
A lua se o samba não fosse
De alforria
E de cheia  minguante
Num instante
Transformaria
E ao tocar o pandeiro ele se
Despedaçaria

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Olhos cansados

Enquanto elas brincam na água eu me olho no espelho, tentando remover as imperfeições e lamentando as marcas que surgiram com o tempo. Por um tempo invejo a juventude delas, com toda a vida para ser escrita.
À medida que se vai envelhecendo, as partes do seu corpo vão sendo amarradas uma a uma ao chão. Por isso que o corpo idoso é tão pesado, de tão difícil locomoção.
Sei que as vantagens existem, só me falta descobri-las. Mas enquanto isso, eu evito franzir a testa.

domingo, 25 de julho de 2010

Carlota

Carlota era o nome dela, em homenagem à rainha. Tinha pernas tortas, diziam que de tanto atrair os corpos dos homens contra o seu. O que eu espalhava aos quatro ventos ser a maior calúnia, pois ela me jurava de pés juntos (na medida do possível) que era virgem. Ela dizia que estava se guardando para mim, o seu grande amor, que não era como essas mulheres que andam por aí entregando seus corpos a qualquer homem que lhe prometesse um jantar elegante.
Sempre acreditei ter tirado a sorte grande, por ter conseguido o amor de uma mulher tão cobiçada como Carlota. Andávamos de mãos dadas pelas ruas da cidade e atraíamos sempre os olhares curiosos, éramos vítimas de comentários dos transeuntes e eu sentia enorme orgulho pela minha vitória. Orgulho ferino, viria eu a descobrir posteriormente. Julgava-me superior por ter mulher mais pura e bela de todo o mundo.
Todas as noites eu voltava para casa com o corpo em chamas, por ter e ao mesmo tempo não ter a mulher dos meus sonhos, febril por imaginar minhas mãos perscrutando suas vestes justas, sonhos misturados com pesadelos, pois a culpa de pensar nela como uma qualquer, lasciva, pesava sobre a minha consciência.
Cheguei à conclusão de que a situação estava insustentável. Não havia motivos reais para eu permanecer nos abstendo da nossa felicidade. Peguei imediatamente o celular e liguei para Carlota, mas ela não me atendeu. Passava das dez da noite, era bem provável que já estivesse dormindo. Eu teria que me conformar em pedir sua mão no dia seguinte.
E às oito já estava de pé, em frente à sua casa. Mal cabia em mim de tanta ansiedade. Não tínhamos famílias rivais, mas eu me sentia como um Romeu, diante de tantas proibições. Inspirado nesse amor etéreo, resolvi subir até o seu quarto, para acordá-la com um beijo de príncipe encantado. Com muito custo consegui chegar à janela, apenas para descobri-la chegando ao êxtase com um enorme e suado ogro pressionado contra si pelas suas pernas tortas.
Talvez Carlota fizesse tanta questão de me convencer da sua virgindade porque eu era virgem. Eu queria me guardar para ela, para o meu amor e ela sentiu a obrigação de fingir ser igual a mim. Mas nós não éramos nem um pouco parecidas.
Entrei pela janela aberta e ambos deram um pulo, tamanho o susto. A primeira reação da minha amada foi mostrar-se pudica, mas eu ignorei as suas explicações e fui diretamente na direção do ogro, que assustado, recuou até sentar-se na cama. Sentei-me no seu colo e foi ali, na frente de Carlota, enrolada em seus lençóis brancos, que aconteceu a minha primeira vez.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Irromper

Era uma noite qualquer de um fim-de-semana qualquer, no mesmo bar de sempre. Lá estava, provavelmente, a mesma galera de sempre e eu sentada em uma mesa com alguns amigos, fato não tão recorrente assim. É que eu não costumo andar em bando, e tenho me sentado muito pouco em mesas de bar ultimamente, já que sentar implica em consumir, coisa que minha situação financeira não tem me proporcionado muito nos últimos meses. Eu tinha bem perceptível no meu míope campo de visão a minha não tão recente assim fixação, quando bateu aquela puta vontade de mijar. Levantei-me de supetão e irrompi para dentro do recinto. Ou pelo menos era essa a minha intenção, já que fui interrompida pela mão da minha fixação. Yes! Desejado e inesperado. Adoro homens que me surpreendem positivamente. Alguns adoro gratuitamente, infelizmente. É que eu tenho essa mania boba de achar sempre que encontrei alguém especial. Qualquer dia desses escrevo algum conto de fadas meloso.
O meu príncipe, ao invés de uma espada, empunhava um baseado, no lugar do cavalo conduzia um Fiat Uno e a nossa história não terminou com “e viveram felizes para sempre”. Apesar do baseado ter nos proporcionado uma felicidade instantânea seguida de outras felicidades momentâneas. Minha primeira felicidade foi ter sido abordada, claro, já que diante da indiferença dele, passei a fingir ignorar sua presença, numa (das muitas) tentativas de esquecê-lo. Aceitei entrar na roda. Não que eu estivesse realmente com vontade de fumar, já tinha bebido muito na mesa com meu bando da consumação, mas qualquer pretexto é válido para se ficar perto do junkie do seu coração. Então ele me ofereceu uma carona para casa. Eba! Segunda felicidade. Eu já tinha carona garantida, mas nenhuma que me fizesse tremer as pernas e palpitar o coração.
Despedi-me dos amigos da mesa, que provavelmente me censuraram pela atitude, mas fazer o que, eu sou mesmo rated R. No carro tive a terceira, quarta e quinta felicidades. Um carinho discreto, um beijo na boca e um sexo ébrio. É tudo que posso dizer. No dia seguinte acordei com a bunda arranhada e o abajur do quarto quebrado. E no fim das contas acho que acabei esquecendo de ir ao banheiro.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A tua presença

Eu estava sentada à procura da inspiração quando me deparei com o seu trabalho. Pensei “poxa, era esse tipo de coisa que eu gostaria de fazer”, mas era só mera utopia pra mim. Não que eu pretenda desistir, provavelmente passarei o resto da vida escrevendo uma meia dúzia de textos que me agradem, mas me frustrando com a enorme maioria do que sai da minha pouco inspirada mente.
Talvez seja exatamente esse o problema, a falta de inspiração. Começo a escrever sem saber o que quero e passo apenas a me lastimar pela ausência da musa ao meu lado, por não ter um emprego ou por não ter um amor. Nesse fim-de-semana eu comi ostra crua e isso pode ser um problema quando não se tem um emprego nem um amor.
Nesse fim de semana, como em todos os outros, eu saí com amigos. Foi muito agradável e divertido, mas me senti incrivelmente só. E escrever sobre isso já ficou chato e repetitivo. Mas eu estava lá, esperando que alguém me trouxesse boas notícias, inebriada com os aromas da noite, e decepcionada com a única ausência que me importava. Talvez fosse melhor se tivesse continuado assim, essa presença só me deixou mais só. É negra, negra negra...

domingo, 4 de julho de 2010

Ah, o amor! (ou "Can buy me love")

 hauehauehaueae
 MULHER
 qro um amor ;~
 xo ler personare

 EU TAMBÉM
 não
 eu quero um emprego
 !!!!!!!!!!
 porra de amor
 o amor que se foda
 com dinheiro eu compro o amor
 HUAHUAHUAHUHUAHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHA

 ahuehauehauehauehaue
 AHUEHAUEHAUEHAUHEAUEHAUEHAUEHAUEHA
 AHEUAHEUAHEUAHEUAEHAUEHAUEHAUEAH
 ri mto agora

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dedos gelados

Estou com as pontas dos dedos geladas. Dizem que é exagero sentir frio aqui no nordeste, que aqui não existe inverno de verdade. Talvez, comparado aos invernos siberianos, o daqui seja realmente apenas uma brisa fresca. Mas eu, eterna moradora de regiões tropicais, não tenho o direito de sentir frio na minha terra natal? Devo esconder meus dedos gelados e fingir estar acostumada a uma temperatura de 20°? Tudo bem, me critiquem, mas umas luvinhas viriam a calhar.
Mas mais do que as mãos, gostaria de aquecer meus pés. Faz tempo que não tenho senão meu edredon para fazê-lo. Isso me incomoda demasiado, mas o que posso fazer? Boto a bota, as mãos nos bolsos e saio pro mundo, à procura nos becos e bares mais improváveis. Lá encontro para me aquecer o álcool, o fumo, a música, a dança e os ambientes fechados. Aí o calor vem pra lascar. Então, com meus pés suando e com os pelos dos meus braços comportados, esqueço a tempestade gélida que tenta se apoderar do interior do meu corpo e não me choco mais com a minha temperatura.
Passo a procurar olhares cálidos, mas não há acordo entre os frios e os quentes. Talvez por culpa minha, mas talvez não. Por fim desisto e olho para o alto. Para a música, para a luz, para o céu. E passa por mim um corpo frio, outrora quente, outrora frio, outrora quente. Finjo que sou também um corpo frio. E ele, como um cubo de gelo, passa escorregadio ao meu lado, deixando apenas um rastro úmido.
E a noite se estende, meu corpo quente finge ser frio e seu corpo frio, em algum momento, finge ser quente. Nossas temperaturas não mais se encontram na tentativa de trocarmos calores à procura de uma sensação tépida, desejo que sim, mas espero que não.

sábado, 19 de junho de 2010

Eu não preciso de você

Com as mãos trêmulas segurava o telefone, desejando que ele tocasse, para que não fosse necessário que ela própria fizesse a ligação. Mas é claro, o telefone não tocou, ele nunca toca. Procurou na agenda, com o corpo estremecendo de tanto nervosismo, o nome dele. Parou por segundos intermináveis a fitar esse nome, momentos finais antes da decisão de ligar efetivamente. O telefone começou a tocar e seu coração palpitava como se quisesse fugir pela boca. Os pelos do braço se eriçavam como os de um cão de guarda atento à chegada de um estranho. Ela divagava nos seus pensamentos, criando todo um diálogo perfeito, onde ela dizia tudo que estava emperrado na epiglote.
- Alô?
Ele atendeu ao telefone. Ela mal conseguia falar, tamanho o nervosismo.
- Oi, é a Isadora.
- Oi, tudo bom? – ele, cordial como quase sempre.
- Levando, e você?
- Estou bem.
- Que bom.
Deu-se então um silêncio ensurdecedor.
- Então, por que você ligou? – disse ele finalmente.
- Eu precisava falar com você.
Nova pausa. Dessa vez ela recomeçou.
- Preciso saber o que você pensa de mim.
Uma pausa dele. Precisava escolher bem as palavras.
- Por que?
- Porque eu gosto de você.
Mais uma pausa no diálogo. A voz dela estava trêmula, como se seu coração estivesse descompassado por uma caixa de som gigante direcionada diretamente para o seu peito.
- Olha, Isadora... Eu nem sei como te dizer isso, mas... Eu não to a fim de namorar, saca?
- Sei... Eu já imaginava. Na verdade eu só queria saber o que você pensa de mim. De verdade. É importante. Não gosto de ser mal interpretada.
- Mal interpretada como?
- Tenho a impressão de ter seguido uma sucessão de erros desde a primeira vez em que estivemos juntos. Agi dessa maneira porque qualquer migalha de atenção que você me desse era suficiente para me satisfazer. Mas depois desse tempo todo, tenho a impressão de que o tiro saiu pela culatra.
- Como assim?
- Acho que causei uma impressão errada a você.
Silêncio.
- Por isso preciso saber o que você pensa de mim.
- Pô, eu... eu acho você massa, inteligente, divertida...
- Fácil?
- Oi?
- Você me acha fácil? Periguete?
- É essa a sua preocupação?
- Sinceramente, é.
- Você não devia se preocupar com esse tipo de coisa.
- É, eu também pensava assim. Mas aí eu vi que você me tratava como uma periguete.
- Eu?
- Sim.
- Pô, eu nem sei o que te dizer.
- Me diz se você acha que eu sou uma periguete.
- Eu não faço esse juízo das mulheres. Se eu achasse que você era uma periguete, em primeiro lugar, jamais teria ficado contigo.
- Mas você não me respeita.
- De onde você tirou essa ideia?
- Você não age como se me respeitasse, simples.
- Eu acho que você está equivocada.
- Você faz ideia de como eu me senti da última vez que a gente se viu? Você lá cheio de agarrados com outra, tão pouco tempo depois. E nem pra falar direito comigo.
- Eu já te falei, eu não estou a fim de namorar.
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É uma questão de respeito.
- Olha, só, me desculpa, mas a gente vai ter que continuar essa conversa outra hora. Tenho que sair agora pra resolver uns negócios...
- Sei.
- Depois a gente se fala, tá?
- Tá.
- Tchau.
- Tchau.
Ela não se arrependeu de ter feito a ligação. Sentiu muita raiva, claro, mas era provavelmente o que ela precisava para se convencer de que precisava esquecê-lo. Todas as suas amigas já tinham cansado de repetir que ele não valia nada, não valia a pena, que ela merecia algo melhor. Ela também sabia disso. Mas gostava dele a ponto de não querer esquecê-lo.
Agora não. Agora ela tinha uma raiva incontida dentro dela. Precisava se vingar. Iria apaixonar-se por outro.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Roubadas

- Amiiiga, esqueceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee ele e seja feliz! Happy, happy! Quem falou que a gente precisa de homem pra ser feliz? Hum? Hum?
- Eu? Hiuehiauhuiehuiheuiahe. Mas então, eu sei que ele não é o homem que vai me fazer feliz, mas é mais forte do que eu. Enquanto não aparecer outro que me tire ele da cabeça vou ficar nessa.
- Hahahahahahaha! E o amigo da sua mãe?
- O gay de 45 anos? Tá falando sério? Aehuihieuhuaiheiuahieuh, não sei qual roubada é maior.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

São João


- Quer dançar comigo?
- Não posso... Meu pé tá doendo.
- Mas vamos, eu vou devagar.
- Sério, não dá mesmo. Ó, meu sapato é desconfortável, ele tá me matando. Eu estava até procurando uma cadeira para me sentar.
- Não me diga que eu vou levar um fora, depois de vir de tão longe?
- Eu também vim de longe.
- De onde?
- João Pessoa.
- João Pessoa não é longe.
- É sim.
- Você tem namorado?
- Tenho.
- Ele tá aqui?
- Não, ficou lá em João Pessoa.
- É, você tem muita sorte em ter alguém como ele.
- Eu também acho.
- Eu no lugar dele não deixaria você vir sozinha.
- É por isso que eu não namoro pessoas como você.
Kelly: HAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAAHAHA!
- Sua amiga tá rindo de mim.
- Tá nada.



Texto de 2004, postado em um blog antigo que não está mais no ar.

domingo, 30 de maio de 2010

Miscommunication

- Thaïs?
- Oi?
- Tem uma cobra na sua pia.
- Hã?
- Uma centopéia. - disse Lu ao entender que Thaïs não estava ouvindo o que a mãe dizia.
- Não é uma centopéia, Lu. É uma cobra.
- O quê?
- Tem uma cobra na sua pia.
- Uma cobra na minha tia?
- Pia! Tem uma cobra na sua pia.
- Ela tem pernas!
- E aí?
- Não é uma cobra, mãe.
- Então o que é?
- Uma centopéia.

Texto de 2004, postado em um blog antigo que não está mais no ar.

sábado, 29 de maio de 2010

Política brasileira

- É o Lobo! É o Lobo! É o Lobo!
- Oh, vejo que já me conhece. Nada mais justo que me diga o seu nome também.
- Pedro.
- Pedro de quê?
- Pedro Bó.
- Muito prazer, seu Bó. Lobo Mau, à sua disposição.

Texto de 2004, postado em um blog antigo que não está mais no ar.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Parafraseando Lenine

- Olá.
- Oi.
- Desculpe-me por chegar te interrogando do nada, mas eu não te conheço de algum lugar?
- Provavelmente.
- Qual o seu nome?
- Umbigo.
- É, não me soa estranho. Eu me chamo Pedro.
- O prazer é todo seu.
- Ora essa, como você adivinhou?
- ...
- Vejo que não gosta de falar muito, né?
- Não com outras pessoas.
- Você fala sozinho?
- Só quando é necessário. Eu geralmente só fico olhando pra mim mesmo.
- Meio egocêntrico, não?
- Pedro bó, meu nome é Umbigo.
- Como você descobriu o meu sobrenome?
- Tchau.
- Espera, seu Umbigo! Você é algum tipo de vidente? Eu queria saber algumas coisas sobre o meu futuro! Droga... ... Oi, eu te conheço de algum lugar?

Texto de 2004, postado em um blog antigo que não está mais no ar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Acorda, amor

Acorda, amor
Não vê que eu estou aqui te esperando
Chamando, chamando, chamando
Esperando você entrar

Acorda, amor
Meu sorriso não é só simpatia
É que é plena minha alegria
Ao te ver passar

Acorda, amor
Enquanto ainda é tempo
Vem me amar
Antes do tempo passar

Pois uma vez ausente
Mesmo o amor que mais se sente
Um dia se dissipa
Como a espuma do mar

sábado, 15 de maio de 2010

Bêba fatality


Igor diz:
 =)
 vc tem as moral de dar uma de femme fatale?

Ideiafix diz:
 acho que não
 tenho as moral de dar uma de bêba fatality

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Por que eu tinha que me apaixonar?

- Por que eu tinha que me apaixonar? - perguntei eu ao meu melhor amigo.
- Porque você pediu. Era "eu preciso me apaixonar" pra cá, "eu quero me apaixonar" pra lá. Pronto, se apaixonou.
- Tá, mas eu não queria me apaixonar com um cara comprometido.
- Você especificou?
- Não.
- Então pronto.
- Mas precisa? Não é tipo, o óbvio ululante? Quem quer se apaixonar por um cara comprometido?
- Até pouco tempo atrás você não reclamava. Dizia que era ótimo ter uma relação rápida e intensa sem compromisso, com a garantia de que o cara não viria atrás de você porque já tinha namorada.
- Tá, mas agora eu não quero mais.
- E tá pensando que a rapadura é mole? Nem tudo é do jeito que você quer não, minha querida. Saiu na chuva é pra se molhar. Eu acho mesmo que isso é karma.
- Karma por quê?
- Como por quê? Ficou com tanto homem casado e com namorada nessa vida que agora é só o que te aparece.
- Mas eu sou uma boa pessoa...
- É, uma ótima pessoa, se não fosse eu não seria seu amigo.
- Então, eu não mereço esse castigo.
- Não mesmo?

A conversa com o Guto não foi das melhores, voltei pra casa arrasada. Será que era tudo karma mesmo? Que a culpa era minha? Que eu estava pagando pelos meus pecados? Que eu nunca mais ia conseguir um homem pra chamar de meu?
Ao chegar em casa entrei logo no orkut, essa versão tão aprimorada dos classificados amorosos. Comecei a fuçar meu amigos, amigos dos amigos e amigos dos amigos dos amigos. Sempre que aparecia alguém interessante eu ia lá e "pei", fuçava. Namorando. Namorando. Namorando. Casado.
Aí eu desisti de procurar um novo e fiquei com o meu velho comprometido de sempre, pelo menos já era terreno conhecido.

domingo, 25 de abril de 2010

Lesbianismo é a solução?

MÃE: Você tá muito "rueira", viu? Homem não gosta de mulher que sai demais não.

EU: Bah, eu tô cansada dos homens.

MÃE: Então vá atrás de uma mulher.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A cerca

O tempo passa
algumas coisas mudam
outras não.

Não tenho mais aquela borboleta
que um dia desenhaste.
Partiu-se.

Mas no meu quadro
resta aquela flor
presa
tentando fugir da cerca
que a cerca.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Sunny

- Olha a minha câmera!
- É uma Diana?
- Não, é minha.
- É uma Diana?
- Indiana? Não, é Made in China.
- É uma Diana?
- Ahh, Diana? Não, é uma Sunny.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Hoje o Samuel chegou pra mim no MSN, pedindo que eu criasse um diálogo para uma tirinha que ele tinha desenhado. Eis aqui o resultado:

domingo, 14 de março de 2010

Frank Zappa

 aheuaheuaheuaehauehae
 eu vi um cara
 meodeos
 n lembro onde
 q era supr seu tipo

 em campina??
 ou gente

 n lembro nem onde foi
 se foi foto
 se foi aqui

 tem que guardar essas informações
 e me avisar ;~~~

 minha memoria me boicota

 e a mim tambem, ne?

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQaPVtNeC_17PW8MSbG7gRveOxfxaKZ2MLDYPRzrlt6f_WuWzYbz4M-aumQJ0j-Yne0-vt7inO62MxYK2kl5NazOsdTn29rQ293m8BU8AjwAKr5w1pAhP3VAd9Zi0ChJb6JVf8/s320/Frank_Zappa.jpg ahuehauhe

 PQP
 ERA FRANK ZAPPA
 OMG
 ERA ERA
 eu tava super ouvindo essa semana
 aih fui ver as fotos
 aehuaheuaehuaehaehaeuaheuahe
 foi isso mermo
 aheuaheuaheuaheuaheuaehuae
 shoks

 afeeeee
 credito nao
 o cara que era meu tipo era FRANK ZAPPA??????? ¬_¬

sexta-feira, 5 de março de 2010

Aparelhos de som

Saí do Detran e no ônibus tinha um cara tocando violão. O motorista dirigia feito um louco e eu escapei de cair pelo menos uma três vezes. Cheguei a me visualizar com a coxa roxa por causa de uma provável porrada na porra do braço do violão. Afinal, isso lá é lugar de se tocar violão, velho? Acho que já vi em algum ônibus a mensagem "proibido aparelhos de som" ou algo do tipo. Mas é claro que sempre tem algum filho da puta de péssimo gosto pra desobedecer a lei. O que de certa forma me entristece, porque com tanta música boa no mundo, a maioria prefere ouvir um lixo enlatado qualquer. Mas enfim, o que eu queria dizer era que um violão não deixa de ser um aparelho de som, né?
Falando nisso, essa minha experiência na auto escola me fez lembrar por que eu tinha tanto abuso dos meus colegas na escola. Existem tipos que se repetem. Em primeiro lugar estão os enturmados, que adoram mostrar o quanto são interessantes e engraçados, ocupando sempre uma boa parte das aulas com comentários dispensáveis. Há também os espertões, que precisam mostrar como são inteligentes e bem informados. E finalmente, há os chatos, categoria na qual me enquadro, que criticam a tudo e a todos, ou melhor, fazem pilhéria. Uma diferença da auto escola é que nela, aparentemente, perde-se todo o pudor de deixar ou esquecer o celular ligado, então quando menos se espera, começa a sinfonia dos aparelhos vindos diretamente de alguma sucursal do inferno.

quinta-feira, 4 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Me gustan los lunaticos

Ojos de serpiente

brazos de aguardiente

e piernas para que te quiero

pero que quieren los bichos de siete cabezas?

comenzar la guerra!

andale andale

mietele la rastiera

comienzen lo barraco

los lunaticos no se afectan

sieguen la vida pulando por entre las nuvenes

ovellas traizoeras

que se esquivan querendo hacier algun lunatico cair

pero eles tienen la maña

e montan e las ovellas

cavalgando-las como travesieros

e al fin de la batalla

saen vencedores

porque los bichos

de siete cabezas

no saben ser

felices.

Tira #009