quinta-feira, 13 de maio de 2010

Por que eu tinha que me apaixonar?

- Por que eu tinha que me apaixonar? - perguntei eu ao meu melhor amigo.
- Porque você pediu. Era "eu preciso me apaixonar" pra cá, "eu quero me apaixonar" pra lá. Pronto, se apaixonou.
- Tá, mas eu não queria me apaixonar com um cara comprometido.
- Você especificou?
- Não.
- Então pronto.
- Mas precisa? Não é tipo, o óbvio ululante? Quem quer se apaixonar por um cara comprometido?
- Até pouco tempo atrás você não reclamava. Dizia que era ótimo ter uma relação rápida e intensa sem compromisso, com a garantia de que o cara não viria atrás de você porque já tinha namorada.
- Tá, mas agora eu não quero mais.
- E tá pensando que a rapadura é mole? Nem tudo é do jeito que você quer não, minha querida. Saiu na chuva é pra se molhar. Eu acho mesmo que isso é karma.
- Karma por quê?
- Como por quê? Ficou com tanto homem casado e com namorada nessa vida que agora é só o que te aparece.
- Mas eu sou uma boa pessoa...
- É, uma ótima pessoa, se não fosse eu não seria seu amigo.
- Então, eu não mereço esse castigo.
- Não mesmo?

A conversa com o Guto não foi das melhores, voltei pra casa arrasada. Será que era tudo karma mesmo? Que a culpa era minha? Que eu estava pagando pelos meus pecados? Que eu nunca mais ia conseguir um homem pra chamar de meu?
Ao chegar em casa entrei logo no orkut, essa versão tão aprimorada dos classificados amorosos. Comecei a fuçar meu amigos, amigos dos amigos e amigos dos amigos dos amigos. Sempre que aparecia alguém interessante eu ia lá e "pei", fuçava. Namorando. Namorando. Namorando. Casado.
Aí eu desisti de procurar um novo e fiquei com o meu velho comprometido de sempre, pelo menos já era terreno conhecido.

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