quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

mIRC diariamente

[A] ;DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDDDDDDDDDDDDDDD
[B] ????????
[A] ouxe
[A] tais lembrada de mim não eh?
[B] quem é você? o,o
[A] Júnior, tú é doida se não lembra de mim mermo eheheheheheheheh
[A] ;P
[B] tem certeza que você me conhece?
[B] qual o meu nome?
[A] Júnior
[B] o MEU
[A] qual o seu?
[A] ah sim
[A] não é a Juliana?
[B] não
[A] Ok desculpe
[B] normal

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

BASEADO EM FATOS REAIS: Narração desnecessária

- Ele é viado.
- Ele pode ser bi.
- Ele é muito solto. Só um viado se solta assim, homem geralmente é mais preso, ele é bem despreocupado.
- Ele me perguntou quem estava aqui. Ele quis saber se eu estava acompanhada.
- Mas tu viaja... Olha, pegou na mão do outro. Ele tá dançando na frente do outro, é viado, perdeu, ele tá paquerando geral com o outro.
- Ele ainda pode ser bi...
- Ô bichinha... Agora ele pegou na cintura do outro. Vai agarrar... Agarrou! Perdeu, agarrou.
- Mas ele pode ser bi...
- Que desperdício...




[A] B de onde vc é
[B] paraíba
[A] B vc é Paraiba ?
[A] LoL
[B] A éeeeee
[A] B nunca fikei com uma paraiba
[A] B pra tudo se tem uma primeira vez
[B] se depender de mim a situação não se altera
[A] B pow q fora
[C] hahahah A vc jah deveestar acostumado neh hahahaha
[A] C lol esse fora naum conta pq garotas q são PARAIBAS são consideradas banco de esperma
[B] ou meu deus
[B] só que meu banco não tá aceitando esperma de babaca ;)

Problemas acentuados

Qualquer pessoa que tenha lido um livro editado há mais de vinte anos pode perceber o decréscimo de acentos nas nossas palavras. Não estando satisfeitos, os gramáticos da língua portuguesa continuam a castrar nossas acentuações e a última vítima foi o trema. Até hoje não sei ao certo o porquê da exclusão do trema (que por sinal continua vigente nas gramáticas brasileiras) quando até mesmo com ele nossos conterrâneos falam absurdos como “tranquilo”.
Estou sentindo um processo de analfabetismo agudo não só nos outros, devo admitir que me pego em dúvida quanto às questões mais banais. Não sei se posso culpar a internet, onde a necessidade da comunicação rápida (para não dizer urgente) faz com que usemos abreviações e deixemos de lado coisas como pontuação e acentuação, o que muitas vezes danifica a compreensão da mensagem, ou à televisão, onde mais uma vez a rapidez com que as imagens são transmitidas tornam os prazeres de uma leitura obsoletos. Ou talvez se dê simplesmente pelo fato de que uma leitura seja considerada perda de tempo ou desnecessária em tempos onde a televisão e, principalmente, a internet atendem e se encaixam mais perfeitamente no nosso mundo corrido de globalizado.
Como a boa velha rabugenta e reacionária que sou, continuo prezando não só pela manutenção do trema, mas pelo respeito à minha língua, que pelo fato de ser viva não só se modifica ao decorrer do tempo, mas também se contorce e faz cara feia quando alguém chama coco de cocô.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

O homem do walkie talkie

Lá estava eu no meio do nada. No cafundó do brejo, onde o vento faz a curva e carrega as botas de Judas. Sentado ao meu lado estava um careca. Assim que bati os olhos nele tive a impressão de que vinha de um lugar que ninguém conhecia. Até aí tudo bem, eu disse a mim mesmo que era uma alucinação. Enquanto esperávamos pelo ônibus (era o ponto final antes do abismo engolidor) o maluco pegou o walkie talkie amarelo que carregava consigo e entrou em contato. Cumprimentou-me de uma forma pouco usual e começou a falar sobre coisas que eu não teria a capacidade de descrever.
Pelo pouco que pude entender, ele é de um lugar chamado Albertane e lá eles utilizam o cérebro bem melhor que nós (o que eu achei suspeito, porque a criatura usava apenas cueca e nunca se barbeava).
Cansado de conversar com um ser inferior, o habitante extra-terrestre catucou seu walkie talkie (ou algum outro equipamento semelhante) e começou a comunicar-se com Marte. Ele conseguiu fazer contato com a nave-mãe e graças à graça de Pete pôde ser resgatado. Nesse curto tempo em que passamos juntos senti o quanto aquela presença me iluminou. Segurei as longas barbas daquele homem careca e implorei que me levasse consigo. Ele me olhou transmitindo confiança e pediu que esperasse até que voltassem para me buscar.
Um bom tempo se passou, o meio do nada se transformou na maior rua da cidade, mas eu continuo esperando por ele. Tento não me barbear, assim como eles, mas o calor da cidade não me permite. Tento manter o cabelo raspado, mas ele cresce rápido demais. Há pessoas que acham que eu sou louco, mas pouco me importa a opinião desses seres inferiores, sei que os homens carecas do pé grande virão me buscar, mesmo que você diga que eu estou hiperventilando, não vou desistir. E só quando eles vierem me buscar é que eu sairei desta parada de ônibus. Pode não ser hoje. Pode ser amanhã.


Thaïs Gualberto

Baseado na música Man From Milwalkee e inspirado no lendário habitante da Epitácio Pessoa

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

Musicalidade I

Ó cozinheira por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu?
Foi a canela que caiu do prato, deu dois suspiros e depois morreu.




- Você é linda.
- Obrigada...
- Nossa, que ânimo. Você deve ouvir isso com freqüência, né.
- Um pouco. Mas são poucas as vezes em que levo os elogios em consideração.
- Por que esse pedantismo?
- Não quero alguém que apenas me diga que sou gata. Quer saber o que é realmente um elogio para mim? Certa vez um namorado meu ficou me encarando por uma meia hora. Só olhando para mim. Eu estava nua e ele olhava apenas para o meu rosto, para os meus olhos. Eu me sentia desconcertada, envergonhada, não estava acostumada a ser encarada daquela maneira, mas gostava mesmo assim. Depois de meia hora sem se mover, sem dizer uma palavra, sem me apalpar ele finalmente me disse que eu tinha um olhar foda. Isso foi suficiente para me arrepiar dos pelos dos pés aos cabelos. Eu me senti elogiada. Não foi uma frase decorada para me agraciar, mas um elogio sincero que veio no devido momento. Eu não quero alguém que diga que me ama por conveniência, mas alguém que o diga quando sentir essas palavras explodindo em sua boca. Mas nem isso me é suficiente. Eu preciso de alguém que eu queira e que me queira da mesma maneira. E isso não é fácil.