terça-feira, 27 de dezembro de 2011

TOP 10 KISUKI

Entre textos e quadrinhos, aqui estão as páginas mais visitadas do blog:

  1. Crianças dos anos 90 #1 (211 Visualizações)
  2. Fama (206 Visualizações)
  3. Safadeza oculta (197 Visualizações)
  4. Olga, a sexóloga taradóloga, em: HOLGA (144 Visualizações)
  5. Olga, a sexóloga taradóloga, responde #12 (132 Visualizações)
  6. Acho que preciso me apaixonar (126 Visualizações)
  7. Crepúsculo (126 Visualizações)
  8. Untitled (110 Visualizações)
  9. HEY HO, LET'S GONNA ROCK'N'ROLL (108 Visualizações)
  10. Pepeu, o palhaço pedófilo #001 (107 Visualizações)

sábado, 20 de agosto de 2011


Aqui estou eu enfrentando mais um dia de trabalho. Na frente do computador, tomando um amargo chá verde na tentativa de diminuir essa barriga que insiste em aumentar desde que eu pari. Meu braço dói de usar o mouse, mas chego a ter vergonha de reclamar e talvez, por revolta alguém me mande pegar numa enxada. Estou sozinha na sala, com preguiça de me levantar para ir até o banheiro esvaziar a bexiga. Cornetas militares tocam em alguma comemoração que ignoro.
Voltei do banheiro. Agora está tocando o hino nacional. Já está perto da hora de ir embora. Passei a tarde assistindo a um documentário sobre Bukowski. Ainda não terminei, mas já foi o suficiente para que eu sentisse uma puta inveja daquele filho da puta. Alguém que escreve todos os dias ou tem muito ou não tem nada a dizer. O fato é que ele conseguiu, aparentemente com uma tremenda facilidade, algo que eu tentei durante toda a minha vida: escrever um livro. Claro que eu ainda tenho vinte e cinco anos, mas se eu não consegui fazer nada relevante até hoje, acho extremamente improvável que eu o consiga algum dia. Ao contrário do que se pensa, os vinte não são o meio da juventude, mas o começo da velhice.
Aos vinte eu fui mãe, casei, me separei, terminei a faculdade, vi meus seios caírem e minha barriga inchar, saí da casa da minha mãe, voltei a morar com ela, precisei arranjar um emprego e de repente eu me dei conta da pior realidade da vida: me tornei adulta. Agora preciso aprender a lidar com essa nova realidade de mãe, empregada, mas ainda dependente da própria mãe, de seios, outrora belos, agora caídos e barriga inflada. Mas meu lado adolescente clama para não morrer e por isso preciso sucumbir a uma necessidade latente: farei a minha terceira tatuagem.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O casamento da Dona Baratinha

Quem quer casar
Com a Dona Baratinha
Que tem fita no cabelo
E dinheiro na caixinha
(repete)


Sonhava com um casamento
Cheio de pompa e circunstância
Noivo empacotado
Para a noiva exuberância
Sorriso no rosto
E amor em abundância

De branco na igreja
Carruagem na chegada
Margaridas enfeitando
Violinos na entrada

Quem diria
Que logo ela
Que sempre teve
Tudo planejado
Casou com um perfeito namorado
Diploma na mão
E de bolso recheado

Que surpresa deu a vida
O marido era um inseto
Não se sentia querida
Teve vida de barata
Se matou com inseticida

terça-feira, 10 de maio de 2011

Ninguém sabe o que sofri

Ninguém sabe o que sofri
Eu também nem sei
Nunca fui a Salvador
Nunca quis ser rei
Mas adoraria visitar a Bahia, comer vatapá e em Manaus tucupi

Nunca fui à Europa, Ásia ou Oceania
Minto se disser que me contento só em ir à Bahia
Ninguém sabe o que sofri

Ninguém sabe o que sofri
Tenho alergia a pot-pourri, pé-de-moleque e abacaxi
Mas tudo bem
Eu ouço samba, bossa e forró
E meu sofrimento
Eu curo no goró

11/09/2010

quarta-feira, 20 de abril de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Autobiografia de uma desconhecida VI

6. Drama queen


Diz a acupuntura que cada ponto do corpo corresponde a uma coisa. Quando furei a orelha devo ter afetado o ponto do drama.
Da primeira vez que depilei a perna achei que fosse morrer.
Da primeira vez que fiz uma tomografia computadorizada do crânio achei que fosse morrer. Na verdade não sei, o resultado do exame ainda não saiu, mas se ninguém veio falar comigo em tom pesaroso, creio não ser nada grave.
Toda vez que sou puxada por uma correnteza acho que vou morrer.
Quando meu cachorro brigou com um vira-lata no meio da rua, achei que fosse morrer.
Esse medo é de certa forma uma constante na minha vida. Não exatamente o medo de morrer, mas o fato de acreditar estar próxima da dita cuja em vários momentos.

Agora vou me explicar.

Minha mãe vivia me dizendo para não depilar a perna, que eu não precisava, que isso era uma chateação sem fim. Como eu não queria ser a perna cabeluda do Galeguinho do Coque, não segui seus conselhos. Acontece que eu não tinha os trejeitos ou a lâmina já estava meio cega (ou ambos) e acabei usando muita força e assim, arrancando um pedaço enorme de pele. Quem já se depilou ou barbeou com lâmina sabe que o sangue simplesmente não para de brotar, nunca! Agora imagine isso em um pedaço enorme da sua perna? Perfeitamente compreensível que eu achasse que estava face a face com a morte. Se vocês soubessem como eu me arrependi de ter desobedecido a minha mãe... E só para não deixar passar em branco, foi dela que herdei o dom para o drama: quando ela começou a menstruar – vale salientar que naquele tempo não existia aula sobre o corpo humano nas escolas ou conversas sobre menstruação entre mãe e filha – passou meses chorando e lavando escondida suas roupas porque achava que estava com câncer.
Hoje fiz a minha primeira tomografia computadorizada do crânio – sempre via propagandas sobre esses exames na televisão, mas nunca achei que eu faria um – porque vinha tendo enxaquecas diárias. E enxaquecas diárias são um sintoma suficiente para se alarmar. Primeiro achei que iria morrer de claustrofobia dentro daquele tubo, mas grande foi meu alívio ao me dar conta que não era um tubo, mas apenas um aro nada claustrofóbico. A única agonia foi de ficar imóvel durante um tempo que parecia infinito. Dos males o menor. Lá estava eu, tendo meu cérebro escaneado e pensando “será que os vinte minutos que faltavam para completar as quatro horas de jejum farão diferença no resultado final do exame?” quando um rapaz sai de dentro de uma salinha – vale salientar que quem tinha entrado era lá uma moça, mas eu evitei pensar demais sobre isto – dizendo que vai mostrar os meus exames pra médica fulana de tal. Aí eu gelei. Que motivo sinistro faz com que seja preciso que ele mostre o meu cérebro pra médica fulana de tal? Não é só fotografar e imprimir? Depois de me informar sobre isto, ele saiu da sala e eu comecei a pensar em como eu ficaria careca, se eu ficaria com sequelas e juro que eu tive que me controlar pra não começar a chorar ali mesmo. Aí o rapaz que apareceu no lugar da moça voltou com um papelzinho mandando eu voltar dia dezesseis pra pegar o resultado. Como assim voltar dia dezesseis? Eu não tô com uma toranja – pra quem não sabe, toranja é o nome em português de grapefruit, de nada – no meio do meu cérebro? Anjos desceram dos céus e tocaram harpa pra mim nesse momento.
E quanto ao medo das correntezas, vocês também não se imaginam sendo arrastados para o meio do mar, perdendo as forças pra voltar pra terra e acabar morrendo afogados? Ah, vai, eu nem sou tão dramática assim!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Azia

Por que me persegues
Enroscada na tua
Rede de mentiras
Acredito na loucura
Inventada sobre mim

Frustrada pelo fracasso
Em tua raiva
Te transformas
Em condutora de fel
Que fere
Quando libera ou ingere

Acontece a grande indigestão
O vômito de palavras
Que soltas liberam a alma
Da azia
E agora já pode
Se preparar
Para tudo de novo
Recomeçar

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nacionalismo

Minha terra tem palmeira
tem pau mole
e tem palmito

As aves que aqui gorjeiam
chupam cana
e assobiam.