quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Gatos em pedaços

Sentada na privada lendo Sonhos de Bunker Hill, lembrei-me do sonho que tive esta noite. Quando ele (refiro-me aqui a Arturo Bandini) falou dos gatos do editor Gustave Du Mont, voltou à minha mente a imagem dos gatos mutilados na porta da minha cozinha. Eles estavam enlouquecidos de fome, e eram os gatos da universidade (a UFPB tem muitos gatos), alguns inclusive grávidos e/ou de coleira. Lembro de uma gata grávida de coleira me atacando, desesperada por comida. Será que alguém os alimenta durante a greve? No momento seguinte eles estavam mutilados no quintal da minha casa, e eu podia vê-los embaixo da porta da cozinha (a porta é dessas que abrem em cima e embaixo), um estava com o corpo remendado, quem nem o cachorro do anime Beck, mas os outros eram só pedaços. Lembro até de um que tinha um dedo enfiado no cu. De quem seria aquele dedo?

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

O submarino voador

Eu tenho um pequeno submarino em casa. Na verdade é do meu irmão, foi ele quem o montou todo. O sonho dele era sair dentro desse submarino a toda velocidade, mas desde que tinha ficado noivo, meu irmão só queria saber da namorada dele. Ela era um porre.
Um dia eu conheci um homem. Maravilhoso, encantador, etc e tal. O homem dos meus sonhos. Eu o desejava e ele a mim. Ele veio até a minha casa e descobriu o submarino. Ficou fascinado. Lembrou-me até o Dean Moriarity. Foi até o quarto do meu irmão para pedir a autorização dele para andarmos no submarino. Foi expulso pelos gritos da talzinha. Saímos no submarino sem a autorização, mesmo.
Era um sonho. Ele parecia saber de tudo. Conhecemos tantos lugares e pessoas fantásticas...
O submarino do meu irmão também voava. Era isso que fazíamos a maior parte do tempo. Não lembro direito o motivo, mas precisávamos deixá-lo mais rápido, então voltamos pra casa. Eu, Dean, o submarino e um maluco que ele dizia ser o seu mestre, que também era terrivelmente charmoso.
Mostrei um treco de hidrogênio que meu irmão sempre quis montar no submarino mas não pôde depois que começou a namorar o monstro. Ao ouvir a nossa algazarra (Dean e seu mestre eram muito afobados) meu irmão veio correndo para o quintal. As atitudes dele pareciam as da monstrinha dele (ela na verdade era linda, mas tinha uma personalidade terrível), brigando e gritando conosco por causa do submarino. Eu disse a ele que tínhamos feito o submarino voar, e que tínhamos voltado para pôr o treco de hidrogênio que ele tinha arranjado. Depois de tanto tempo, os olhos dele começaram a brilhar novamente, e meu irmão se juntou a mim e a Dean no aperfeiçoamento do nosso submarino. A monstrinha tinha sido abandonada e só fazia resmungar pela casa, e o mestre só saía pra beber e curtir, chamando sempre todos os rapazes pra sair. Eu fui deixada de lado assim que o submarino pousou no meu quintal.
Um belo dia, cansados do trabalho, meu irmão, Dean e o mestre saíram para relaxar. Como o mestre passava o dia relaxando, voltou mais cedo.
- E aí, menina?
- Oi, mestre. De volta tão cedo? Logo você?
- É que eu não me dei tão bem quanto os rapazes.
- Como assim?
- Você sabe...
Eu entrei em pânico. Obriguei o mestre a me levar onde eles estavam, mas ele se recusava. O monstrinho também tinha ouvido, mas ela andava cada vez mais quieta, só se recolheu chorosa para o quarto do meu irmão.
O mestre também sentia uma atração por mim. Foi aí que viu a sua chance, resolveu me levar. Ele me mandava olhar pra cima o tempo todo. Até que os vi. Nem reparei na companhia do meu irmão, mas o meu Dean estava com uma negra de pernas enormes e cabelos curtos. Fiquei em estado de choque por longos minutos, até que o mestre me arrastou de volta pra casa.
Antes que eu começasse a chorar olhei pro rosto dele e me deparei com aqueles olhos dos quais eu fugia diariamente para não ceder ao desejo. Agora eu não tinha mais essa obrigação. Não precisava mais me manter fiel ao Dean. Abri a porta do submarino e o chamei para dentro. Assim que ele a fechou eu o ataquei. Pulei na sua boca como se quisesse toda sua saliva para mim, enquanto ele apertava o meu corpo como se quisesse arrancar pedaços e guardá-los para si ou comê-los.
A partir daquele dia fazíamos sexo sempre que meu irmão e Dean saíam sós. Dean via as marcas no meu corpo, mas nunca falávamos sobre elas. Claro que o mestre tinha outras mulheres quando saía só, mas isso não me dizia respeito.
- Viu só, cara? Teu mestre só sai sozinho agora.
- Vai ver ele se cansou de ouvir vocês falarem sobre esse submarino.
- Ih, minha irmãzinha tá parecendo alguém que eu conheço...
- Não me compare à sua monstrinha. Fui eu quem uniu vocês dois e fez esse maldito submarino voar, pra início de conversa.
- E aposto que agora se arrepende!
- Não me arrependo, só gostaria que vocês saíssem menos e terminassem logo essa arrumação.
Dean ficou calado o tempo todo. Nós quase não nos falávamos mais. A única coisa que estava cada vez melhor era o sexo. Talvez ele tivesse aprendido com as vadias que catava na rua. Talvez eu tivesse aprendido com o mestre. Talvez ambos. A única coisa que sei é que o sexo estava melhor do que nunca.
Um dia entrei no submarino com o mestre e ele estava gelado, cheio de pedaços de gelo. Estávamos prontos para partir. Isso que meu irmão e Dean tinham saído para comemorar. Provavelmente seria a minha última transa com o mestre, já que passaríamos a maior parte do tempo voando juntos no submarino que, devo acrescentar, não tinha cômodos.
No dia seguinte entramos eu, o mestre, a monstrinha (afinal, ela ainda era a noiva do meu irmão), meu irmão e Dean. Achei que assim que voltássemos todos ao submarino eu voltaria a ser a garota dele, mas ele continuava tão frio quanto aquela nave.
Foi uma loucura. Voávamos a uma velocidade incrível. Meu irmão e Dean tinham feito um trabalho maravilhoso. Imagino como tenha sido a comemoração deles. Nós quase passamos ilesos por uma ventania. Se a nave tivesse menos gente teríamos passado numa boa, mas cinco pessas era demais para aquela banheira. A monstrinha começou a chorar e reclamar. Tava na cara que meu irmão já não agüentava mais. Largou a menina no meio do nada, chorando. Eu quase senti simpatia por ela. Meu irmão tinha sido muito cruel. Será que Dean seria cruel assim comigo? Será que meu irmão deixaria?
O mestre passou a me tratar como uma desconhecida depois que a nave decolou. Eu estava cada vez mais triste. O único que não me ignorava naquele lugar era o meu irmão. Graças a ele eu ainda não tinha me jogado lá de cima. O mestre estava tentando se aproximar novamente de Dean, mas ele também só conversava com o meu irmão.
Depois de um tempo comecei a sentir uma fúria nos olhos do mestre. Acho que tanto tempo dentro de um lugar fechado não estava fazendo bem a ele. Sugeri ao meu irmão que descêssemos um pouco. Ele adorou a idéia, afinal, estávamos acima de um belo campo aberto. Um pouco de contato com a natureza ia fazer bem, pensei.
Então Dean pousou a nave e descemos todos. Tentei me aproximar do mestre, mas ele me repeliu como se faz a uma muriçoca. Decidi me deitar um pouco na grama. Tirei um bom cochilo. Como era bom finalmente esticar as pernas. Acho que eu também estava ficando louca depois de tanto tempo trancada naquele lugar pequeno. Acordei com Dean deitado ao meu lado, me abraçando. Fiquei tão feliz. Queria beijá-lo e abraçá-lo de volta, mas ele fingiu estar dormindo. Olhei ao meu redor e vi o meu irmão. Só estávamos nós três lá. O mestre tinha sumido. Levantei-me para te rum ângulo de visão melhor e Dean me olhou com aqueles olhos carinhosos de antes. O mestre tinha sumido mesmo.
Peguei a mão de Dean e o conduzi até o submarino (que de submarino só teve o nome), fechei a porta e o beijei. Céus, que saudades eu tinha daquele beijo! O sexo tinha melhorado depois do mestre, mas Dean tinha parado de me beijar. Mas agora não, agora ele me beijava com a mesma paixão dos nossos primeiros beijos, me abraçava como se tivesse medo que eu fosse embora assim que ele me soltasse. Eu me sentia desejada novamente, depois de tanto tempo apenas desejando. Eu não queria saber de preliminares, eu só queria o Dean em mim, estava alucinada. Meu irmão passou a noite do lado de fora, porque Dean e eu precisávamos de muito tempo para matar as saudades. Foi tudo muito diferente. Pela primeira vez eu voei sem precisar do submarino.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Paradise Kiss, de Ai Yazawa


- Entendo. Então o Arashi Gritou com ela... e ela foi embora. Eu deveria saber que você iria ferrar com tudo, Arashi. Nunca confie a um garoto o trabalho de um homem.
- ... Johji! Nem vem, tenho ensaio da banda! NÃO ENFIA ISSO NA MINHA BUNDA, SEU MALDITO!
- ENTÃO NÃO DIGA MEU NOME EM KANJI!
- BESTEIRA! É O MESMO SOM, SEU FRUFRU!
- "ESTILO IMPORTA ATÉ MESMO QUANDO SE VAI MATAR" ISSO FOI O QUE BRYAN SLADE DISSE!
- Quem é esse idiota?
- George está sob influência de outro filme.
- Miwako também gostou! "Velvet Goldmine". Miwako viu três vezes.

Disponível em http://www.tsumi.cjb.net