Ela registrava sua vida por meio de frases de outras pessoas. Assim a sua parecia ter mais sentido. Se Shakespeare falou, então é certo. Era como um passo-a-passo para a vida perfeita. Tudo é perfeito na literatura. Até o que é errado. São erros perfeitos que encadeiam finais filosóficos. A literatura era o seu Bushidô.
Para não correr o risco de perder uma frase essencial para o discorrer da sua vida, carregava sempre um caderninho consigo. Infelizmente, procurando sempre manter a linha, acabou perdendo o fio da meada.
Dia 1º de janeiro escrevi esse texto. Com exceção da última frase. Essa eu só consegui escrever hoje.
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