Cá estava eu no computador, editando algumas imagens, escutando o filme "Treze é demais" que passava na TV, quando meu marido falou "a gente tem que escrever um livro sobre a nossa vida". Não tenho a pretensão de escrever um livro sobre a minha vida (apesar de ainda querer escrever um livro, mas ficcional!), mas veio-me à mente escrever este post sobre "como eu entrei no cheque especial".
Quando você vai ao banco eles sempre dizem que você tem direito a X no cheque especial, limite Y no cartão de crédito, como se tudo isso fosse uma grande vantagem. Mas quando você chega no mês seguinte, crente que está com um crédito de duzentos reais e vai pagar suas contas, não entende porque o caixa eletrônico não quer liberar o seu dinheiro e vai lá no atendimento, perguntar o que está acontecendo.
É aí que você descobre que entrou no cheque especial! E você se pergunta "mas como? quando?", inocente, pois sempre consultava seu saldo antes de retirar qualquer quantia. Então você se desespera, porque está no fim do mês, os juros fazem com que sua dívida aumente a cada dia e pra completar, aquela conta de telefone que você achava que já estava paga não estava. Com isso você tem que tirar trezentos reais do nada para pagar todas as suas dívidas, faltando ainda dez dias para que você receba o seu próximo pagamento.
Se você tiver sorte, seu marido tem dinheiro na conta e pode emprestar-lhe algum no meio do sufoco. Então depois de meio litro de lágrimas de desespero derramadas, você paga todas as suas dívidas e volta ao atendimento para cancelar seu cheque especial, para nunca mais passar outro aperto similar. Mas descobre que se cancelar é pior, porque a taxa de manutenção aumenta de três para oito reais. Então, conformada, procura alguma tática para não cair novamente na máfia bancária do cheque especial.