Camila, Igor... Eu não tinha proximidade com nenhum dos dois. Mas de repente achei tudo tão frágil ao meu redor. E me entristeci com a ausência deles na vida de todos que os queriam bem. Lembrei-me então do meu irmão. O primeiro contato que tive com a morte. Eu o olhava no caixão, intrigada, me perguntando por que os mortos tinham as sobrancelhas raspadas. Só anos mais tarde me dei conta que isso não era uma prática rotineira, mas necessária no caso dele, porque as suas tinham sido queimadas na explosão.
Sem contar das vezes que eu, criança, me debulhei em lágrimas ao perder cachorrinhos, gatinhos, pintinhos e depois, já não tão criança, a minha porquinha-da-índia.
Uma vez me perguntei se as pessoas sentiriam a minha falta quando eu morresse. Uma bobagem, descobri que sentiriam.
Existe também a morte dos idosos, tão triste quanto a dos jovens, porque a cada aniversário eles a sentem cada vez mais próxima. O pai da minha mãe, já no final da sua vida, sempre que me via, chorava. Tão terno. Dizia com frequência que era a última vez que me via, o último aniversário, o último dia dos pais... A gente tende a banalizar esses presságios, mas de fato, chega um momento em que eles se mostram reais.
Esse ano tive conhecimento de uma morte diferente. Morte, ainda assim. Ela transformou muita coisa dentro de mim e mais ainda ao meu redor. Ela tem mesmo esse poder de modificar tudo. De fazer a gente pensar na vida. Já que afinal, me perdoem a falta de originalidade, a única certeza da vida é a morte.
=(
ResponderExcluireh amiga, soh espero ter vc pra sempre, inclusive no geriatrico em situaçoes nao-agradeveis, nao importa
te amo
Sim, fugindo da fralda e brigando pelo porquinho. Também te amo ;*
ResponderExcluiro igor era muito amigo da redatora la da agencia, ela ta derrupadona ainda com isso tudo...
ResponderExcluirrefleti um pouco sobre essas coisas em meio a isso tudo.
espero poder voltar a usar fraldas pelo menos ;x