sexta-feira, 6 de junho de 2008

A referência da referência

E há quem diga que o Orkut é uma ferramenta inútil! Não que seja a minha opinião, mas enfim! Por meio deste é que fiquei sabendo que um texto aqui do blog foi citado em uma crônica do João de Freitas: http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=25542&cat=Cartas
Ora essa, kisuki também é cultura! Hehehe ;D

terça-feira, 15 de abril de 2008

Autobiografia de uma desconhecida III

3. A minha melhor amiga

Eu sempre costumo dizer que a minha vida daria um livro. Talvez dê mesmo, isso depende de quem vai escrevê-lo. O que estou fazendo aqui? Apenas um relato despretensioso.

Voltei do Rio, onde eu estudava em uma escolinha da farda branca e vermelha chamada Ioiô (ou seria Yoyô?) da qual eu me lembro apenas da festinha de aniversário que tive lá, para estudar em uma escolinha chamada Risque Rabisque. Era uma escolinha a três quarteirões da minha casa cujo nome eu adorava brincar. Isque Uísque. Fiquei empolgadíssima com a escolinha nova.

Cheguei lá em plena festinha de carnaval, todos dançando super fantasiados e eu vestindo apenas uma camisetinha do bloco de carnaval “Muriçocas do Miramar”. Parecia que eu era a única no lugar que não estudava lá desde o maternal. Menina tímida, deslocada, tive a minha salvação em uma menina magra vestida de pirata que logo veio à minha direção para me conhecer. Mais tarde descobri que era de praxe ela ser a primeira a fazer amizade com os novatos.

E foi assim que eu conheci a minha melhor amiga. Ao longo desses dezoito anos já brigamos muito, fizemos as pazes, viajamos, bebemos juntas, mas tudo começou com uma muriçoca e uma pirata no meio das fadas e princesas

terça-feira, 8 de abril de 2008

Autobiografia de uma desconhecida II

2. O Balão de Lula-lá


1989. eu tinha quatro anos e dormia numa gaveta. Minha raiva do mundo se resumia a isso. Meu irmão dormia na cama e eu na gaveta debaixo da cama. Obviamente, pensando no assunto hoje em dia chego à conclusão lógica de que não era uma gaveta, mas uma bicama. Mas não importa o que eu descobri agora, mas no que eu acreditava então.

Era o ano das eleições para presidente e eu estava no Rio de Janeiro com os meus pais e meu irmão Thiago. Morávamos num apartamento no Humaitá próximo ao corpo de bombeiros. O Gol vermelho do meu pai foi roubado na calçada do prédio.

Eu torcia para Lula-lá, mas por causa dele passei por uma das maiores frustrações da minha vida (que meu pai faz questão de não me deixar esquecer jamais!) Depois de um comício pedi para meus pais me comprarem um daqueles balões metálicos em forma de coração cheio de hélio, hidrogênio ou sei lá o quê. Quando chegamos no carro pedi ao meu pai que segurasse o meu balão para que eu entrasse no carro. Confiando nele, soltei o balão, que voou para a liberdade sem nem ao menos me dar um tchau. Aí eu desatei a chorar. E para me vingar, disse claramente que não votaria ais em Lula-lá. O foda é que doze anos depois eu quebrei a minha promessa.

Enfim, aquele foi o meu primeiro e último balão metálico de hélio, hidrogênio ou sei lá o quê.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Autobiografia de uma desconhecida I

1. O dia em que eu nasci


A única coisa da minha vida que eu posso falar anterior aos meus quatro anos foi do dia em que eu nasci. Não que eu me lembre, obviamente, mas os detalhes me foram contados inúmeras vezes, de maneira que eu possa descrevê-los como se estivessem vívidos em minha memória.

Depois de ler Léboyer, minha mãe entrou na viagem do parto humanizado (assim como eu, mas não vamos adiantar os fatos) e resolveu que eu nasceria em casa. E o meu pai embarcou na dela, pro desespero do obstetra. Apesar de muito querer, não conseguiu convencer o médico a fazer o parto na água (o que também era a minha vontade, mas o plano de saúde não cobria) e eu acabei nascendo na sala de casa. Pensando bem, acho que é melhor nascer em uma sala do que em um banheiro...

Nascida eu, começaram os desejos de me carregar nos braços (afinal, qual é o tesão que todos têm de carregar os filhos dos outros nos braços?), mas Léboyer alertava em “Nascer sorrindo” para ter cuidado com os olhos dos recém-nascidos, então todos que me seguravam tinham que andar de costas para que a luz do sol não ferisse as minhas sensíveis retinas. Ainda bem que ninguém tropeçou.

Eu também queria ter a minha filha em casa, mas hoje em dia eu meio que agradeço por não ter sido o caso, não sei o que teria sido de mim sem a epidural.

Enfim, eu nasci no dia vinte e cinco de outubro de mil novecentos e oitenta e cinco. Tenho certeza de que muita coisa importante aconteceu nesse ano, mas obviamente não lembro o quê.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Não sei se é porque me considero feliz ou porque entrei na universidade. Talvez seja porque estou cuidado de uma criança de quatro meses. Talvez seja simplesmente porque a minha inspiração acabou. Ou porque não tenho lido Haruki Murakami. O fato é que a tinta da minha caneta está seca.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Porco e vaca

Era uma vez um porco que comeu capim e começou a dar leite. Eram duas vezes uma vaca que voava para manter a segurança do pasto e se deparou com o porco leiteiro. Ela gritou lá de cima:
- Porco não dá leite!
E o porco, em seu lugar, apenas retrucou:
- E vaca não voa!
Indignada, a vaca chamou suas amigas pombas que zás! Miraram na cabeça do porco, que voltou cabisbaixo para a sua pocilga.
Ao chegar em casa, a porca sentiu o cheiro de leite e guinchou:
- Impeachment! - saindo logo dpeois para tirar satisfações com a vaca. Mas ao saber o que havia de fato se sucedido, perguntou à quadrúpede voadora:
- Posso voar com você?
E a vaca, ríspida, apenas disse:
- É claro que não.

Exercício realizado dia 13/02/2007 na aula de Projeto I

domingo, 28 de outubro de 2007

Como eu entrei no cheque especial

Cá estava eu no computador, editando algumas imagens, escutando o filme "Treze é demais" que passava na TV, quando meu marido falou "a gente tem que escrever um livro sobre a nossa vida". Não tenho a pretensão de escrever um livro sobre a minha vida (apesar de ainda querer escrever um livro, mas ficcional!), mas veio-me à mente escrever este post sobre "como eu entrei no cheque especial".
Quando você vai ao banco eles sempre dizem que você tem direito a X no cheque especial, limite Y no cartão de crédito, como se tudo isso fosse uma grande vantagem. Mas quando você chega no mês seguinte, crente que está com um crédito de duzentos reais e vai pagar suas contas, não entende porque o caixa eletrônico não quer liberar o seu dinheiro e vai lá no atendimento, perguntar o que está acontecendo.
É aí que você descobre que entrou no cheque especial! E você se pergunta "mas como? quando?", inocente, pois sempre consultava seu saldo antes de retirar qualquer quantia. Então você se desespera, porque está no fim do mês, os juros fazem com que sua dívida aumente a cada dia e pra completar, aquela conta de telefone que você achava que já estava paga não estava. Com isso você tem que tirar trezentos reais do nada para pagar todas as suas dívidas, faltando ainda dez dias para que você receba o seu próximo pagamento.
Se você tiver sorte, seu marido tem dinheiro na conta e pode emprestar-lhe algum no meio do sufoco. Então depois de meio litro de lágrimas de desespero derramadas, você paga todas as suas dívidas e volta ao atendimento para cancelar seu cheque especial, para nunca mais passar outro aperto similar. Mas descobre que se cancelar é pior, porque a taxa de manutenção aumenta de três para oito reais. Então, conformada, procura alguma tática para não cair novamente na máfia bancária do cheque especial.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

7 de janeiro

- Mãe...
- Hum?
- Seu João apareceu aí no muro e Madona ficou desesperada latindo pra ele.
- Que Seu João? O Cantor?
- Seu João, o doido que mora aí do lado!
- Seu Zé!
- Ah, Seu Zé! É quem é Seu João cantor?
- O sambista!
- Qual?
- Aquele que canta com Ana Carolina.
- Seu Jorge!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Discurso intelectualóide arrogante

Semana passada fui a um concerto de trombones e piano e na programação dizia que hoje teria concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Fazia muito tempo que não ia às Quintas Musicais no Cine Bangüê e fiquei empolgada com a possibilidade de assistir novamente um concerto da OSPB. Então vim de Campina Grande para João Pessoa para ir ao concerto. Assim que a orquestra começou a tocar, meu sangue ferveu novamente. Como eu sentia falta daquilo!
A diferença é que na época em que eu freqüentava os concertos da cidade o cinema não ficava tão cheio. Nossa, o público pessoense está gostando de música erudita. Que maravilha! Pensei. Talvez até goste, mas gostam mais de pipoca.
Quando vi no programa que teria Bachianas soltei pulinhos dentro de mim mesma. Mas Bachianas não é Bachianas com alguém mastigando pipoca ao seu lado ou achando que as cadeiras contíguas do cinema são de balanço. Todo esforço, provavelmente, é válido quando se trata de apreciar a boa cultura erudita. Mas talvez eu precise de um esforço maior. Acho que não tenho senso de humor para aturar ninguém roncando do meu lado no meio do filme, brigando com um pacote de balas ou fazendo música concreta com um pacote de pipocas atrás de mim.
Engraçado, enquanto eu pensava em escrever essa postagem lá no meio do concerto soou-me tão engraçadinha... Acho que meu senso de humor está que nem os funcionários das universidades federais: em greve.

sábado, 14 de abril de 2007

Literalmente (repostagem)

Ela registrava sua vida por meio de frases de outras pessoas. Assim a sua parecia ter mais sentido. Se Shakespeare falou, então é certo. Era como um passo-a-passo para a vida perfeita. Tudo é perfeito na literatura. Até o que é errado. São erros perfeitos que encadeiam finais filosóficos. A literatura era o seu Bushidô.
Para não correr o risco de perder uma frase essencial para o discorrer da sua vida, carregava sempre um caderninho consigo. Infelizmente, procurando sempre manter a linha, acabou perdendo o fio da meada.


Dia 1º de janeiro escrevi esse texto. Com exceção da última frase. Essa eu só consegui escrever hoje.
Estava lendo os meus antigos blogs... Eu era tão engraçadinha. O que terá acontecido ao meu estado de espírito? Ou estaria o problema na minha imaginação? A universidade pode podar-nos de uma maneira tão negativa...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Boas noite.


Olás terrásqwueoas. Venho por meio deastas menasgem aspreasentasr as mim e as todoas do meu plasnetas. Obrigasdas.

Boas tarde.

Nãso, eu nãso asou um mastuto. Nem eastou faslasndo gírias nenhumas. Iasaso é o qwue um víruas faszx com o aseu computasdor. Viu asó? Iasaso dificultas muito o entendimento entre as peasasoas.
Entãso digasm pasras aseuas pasias pasrasrem de asbrir asqwueleas videozxinhoas qwue oas asmigoas deleas masndasm por e-masil, porqwue asqwuelas porcasrias asãso cheias de víruas qwue fodem o aseu computasdor, entendeu?
Putas qwue pasriu.
Nãso, eu nãso asou emo. O meu teclasdo eastás faszxendo iasaso asozxinho. Eu juro qwue eastou teclasndo das masneiras corretas. Péasasimo de ler, nãso? Imasgine o meu deaseaspero em eascrever deastas masneiras!@
ASerás qwue reiniciasr o PC vasi funcionasr? Me deasejem asorte. ASe eu nãso voltasr, vocêas jás asbem o qwue asconteceu.
ASdeuas.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Literalmente

Ela registrava sua vida por meio de frases de outras pessoas. Assim a sua parecia ter mais sentido. Se Shakespeare falou, então é certo. Era como um passo-a-passo para a vida perfeita. Tudo é perfeito na literatura. Até o que é errado. São erros perfeitos que encadeiam finais filosóficos. A literatura era o seu Bushidô.
Para não correr o risco de perder uma frase essencial para o discorrer da sua vida, carregava sempre um caderninho consigo. Infelizmente, procurando sempre manter a linha, acabou perdendo o fio da meada.

domingo, 31 de dezembro de 2006

Fama

Seu sonho era aparecer no Big Brother Brasil. Na verdade o sonho começou ainda na época do Na Real da MTV. No fim das contas, era a maneira menos trabalhosa de ficar famosa, pensava.
Acompanhou o surgimento e a ascensão dos blogs. Obviamente, não podia deixar de ter o seu, mas dava muito trabalho atualizá-lo de maneira que as outras pessoas o achassem interessante. Deu graças a deus quando surgiram os fotologs, era uma maneira mais fácil e mais eficaz de se mostrar para o mundo. O problema é que quando conseguiu a sua câmera digital, os fotologs famosos já estavam consolidados.
Começou então a usar a sua câmera para tirar fotos nua. Fotos artísticas, pensava ela, estava se transformando em uma grande artista. Ficaria para os anais. Mas a arte foi ficando para trás à medida que o nível dos comentários ia diminuindo.
Sua fama por fim se restringiu aos punheteiros de plantão.

Baseado na foto do dia 31/12/2006 do fotolog bloodberry.

sábado, 30 de dezembro de 2006

O Gafanhoto Falante

Estava saindo da praia com alguns familiares, tínhamos acabado de ver o famoso pôr-do-sol da praia do Jacaré. Decepcionante. Entrei no carro e ao fechar a porta vi que tinha um gafanhoto me encarando da janela. O cumprimentei e ele, muito educado, cumprimentou-me de volta, como deve fazer um bom gafanhoto. Perguntei-lhe para onde ia e ele respondeu:

- Pra qualquer lugar.
- Está sem rumo?
- Vou para onde você for.
- Por que, gafanhoto?
- Quero ficar com você.
- Mas por quê?
- Fui com a sua cara.
- Olha, a minha cachorra não gosta de outros bichos lá em casa.
- Quem manda na sua casa é você ou a sua cachorra?
- Na verdade a minha mãe.
- E cadê a ela?
- Está no outro carro.
- E esse é o seu pai?
- Não, é o namorado da minha mãe.
- Eles brigaram?
- Não, ué.
- Enfim, isso não é da minha conta.
- Que mal lhe pergunte, por que você quer ir pra minha casa?
- Eu vou para onde você for.
- Olha gafanhoto, você tá muito folgado, me diz logo o que você quer senão eu te rebolo no mato.
- Eu só queria chamar a sua atenção.
- Pra quê?
- Pra ser mais famoso que os demais gafanhotos. Odeio o Grilo Falante, sei que posso ser muito melhor que ele. Nós gafanhotos somos muito mais cinematográficos.
Olha, o máximo que eu posso fazer é tirar uma foto sua.
- Tá bom, já é alguma coisa. Você tem fotolog?
- Tenho.
- Então posta a foto lá?
- Hum...
- Olha que se não postar eu puxo o teu pé de noite!
- Te enxerga, gafanhoto!

Baseado na foto do dia 30/12/2006 do fotolog bloodberry

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Espera

Cinco horas. Ela tinha chegado meia hora antes do combinado. Com sua mania de sempre achar que está atrasada acaba chegando sempre antes de todo mundo. Odiava isso mais do que chegar atrasada.
O tempo passava e nada. Ela acendia um cigarro, dois, pedia um chopp, um espetinho de calabresa. Ficou empanzinada e ainda nada. Resolveu passear pelo shopping, pra passar o tempo. Parou na frente da vitrine de lingeries por um bom tempo. Mas foi inútil.
Da próxima vez sairia com um decote maior.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Amendoins

Sexta-feira eu estava em um show e me perguntaram se eu ainda escrevia. Eu sempre fico surpresa ao descobrir meus "leitores". Principalmente quando se trata de pessoas desconhecidas, ou seja, aquelas que lêem por livre e espontânea vontade.
Eu falei que não escrevia há muito tempo, o que é a mais pura verdade, provavelmente desde que entrei na universidade. Hoje em dia, só para não deixar o blog abandonado fico colocando fotos de calcinhas... Mas fotos conceituais!
Minhas férias começaram, acabaram e eu não escrevi uma linha sequer. Pelo menos não uma linha literária (ou pretensa). Hoje em dia eu como jaboticabas na frente do computador olhando o orkut. Quem sabe dentro de uma delas eu não encontro os amendoins do Super Pateta?