quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

Tem coisa mais frustrante que abrir um pote de sorvete e só encontrar sardinhas?



- Eu quero um japonês pra sossegar o faixo ;~~
- Eu quero um cara legal e bonito. Que merda.
- Cada vez eu odeio mais os viados ;~~
- Nesses últimos tempos, pela primeira vez na vida, eu tô cansando de ficar tempos sem homens.
- Eu tô entrando em pânico ;~~ Tá foda ;~~ Nem homem pra ficar eu arranjo.
- Nem eu!! E olha que eu já desisti de procurar os deuses gregos. Agora eu só quero um decente.
- Hehehehehe
- Mas tá igualmente difícil de achar.
- Merda. Eu já tô paquerando os japoneses coroas que entram no ônibus ;P~~
- Mas tem que ser, necessariamente, um japonês?
- Não. Mas se é pra paquerar um coroa que seja pelo menos um japonês.

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Não sei se o que me incomoda mais é a perfeição mentirosa das comédias românticas ou a verdade imperfeita PERTO DEMAIS.

domingo, 16 de janeiro de 2005

Gorda, solitária e deprimida.

Essa noite, antes de dormir, eu estava lendo O Aleph, de Jorge Luís Borges. Dei-me por vencida pel'O Imortal e socorri à Laranja Mecânica, mas ao pegar o livro vi que Borges tinha me vencido mais uma vez: a editora do segundo livro era a Aleph. 2x0. Que ao menos o aleph me ilumine na hora da prova.
Dizem que coincidências não existem, mas que outra forma de explicar a minha recente (recentíssima!) descoberta da admiração de Burgess por Borges?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

Intermusicalidade III

Dizem que sou louco. Só louco, amar como eu amei.



You tell me you'll be here for me
No matter how
You tell me you'll come to me
Wrote me a song of love just now
But how will I know if this is true
When everyone says 'I love you'?

All the songs and movies say
All you told me in your way
How can I believe in you
If you tell me movies weren't true?
You metrified your love for me
Told me that was the right way to be

1ª estrofe

Please don't banalize this feeling
'Cause banalization is what I'm hearing
Just tell me you love me and don't rhyme
Can you do it? Just be mine?
I love you. But not till the day I die.
Until the day I love you
You will be eternalized

1ª estrofe

Don't show our pictures to your friends
If don't love me, don't pretend
Just accept when comes the end
'Cause I know I'll love you
'Till the day
Our love die


Thaïs Gualberto

sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

Even in its ugliness the world is so beautiful and even in its beauty the world is so ugly...



- Oi meu amor.
- Não fala assim comigo...
- Diz megera. Bruaca. Cachorra.

domingo, 2 de janeiro de 2005

O peixe e a flor

Ele não tem muito tempo restante na Terra como espécie. É lento, preguiçoso... muito pouco ágil. Por sorte está protegido e não tem mais predadores, o que lhe dá um tempo maior. O conheci aqui no rio e foi também aqui que a conheceu. No curto tempo em que foi à procura do ar, encontrou uma flor de beleza inédita para ele. Amada e amante dos animais, ela sorriu para o peixe-boi que lhe apareceu. Lavou as mãos na beira do rio e assim molhou as pontas dos cabelos negros.

Após esse ligeiro encontro meu vizinho só falava dela. Eu não a tinha visto e não entendia por que meu amigo peixe-boi, sempre tão calmo e indiferente havia se encantado dessa maneira por uma humana. Ele sonhava com a possibilidade de vê-la todos os dias e dizer-lhe, como um desjejum, o quão bela ela era. Tendo em mente que era impossível falar com ela, lembrou-se que eu podia adquirir a forma humana e pediu-me desesperadamente que fosse a encontro da sua amada. Ele tinha medo da minha índole e implorou-me que eu não fizesse mal a ela. Pobre peixe-boi, não tinha mais a quem recorrer e sentiu-se obrigado a confiar sua amada a um boto cor-de-rosa.

Assim que a Lua me favoreceu fui à procura da sua amada e a encontrei a poucos metros do rio, olhando para o céu e sorrindo para os astros. Soube imediatamente que era ela, pois reagi da mesma forma que o peixe-boi. Fiquei um longo tempo admirando aquela beleza que emprestava sua luz à lua. Podia sentir o cheiro que exalavam seus cabelos no meio daquela flora invejosa. Visivelmente mestiça, suas mechas negras se destacavam ao lado do seu corpo empalidecido pelo luar.

Em meio a tanta excitação, deixei escapar um ruído que a trouxe até mim. Diante daquela pele, mais macia que as pétalas das flores, esqueci-me de todas as palavras que havia decorado para satisfazer meu colega. Esqueci-me até dele, diante daquele sorriso encantador. Nessa noite fizemos coisas que eu jamais poderia contar ao peixe-boi. Retornei ao rio antes do amanhecer e nunca mais retomei minha forma humana.

As últimas notícias que tive dela foram pelo próprio peixe-boi. Ele veio até mim, com um olhar mais triste que o que já possuía, dizendo-me que ela não sorria mais.

Tenho medo de chegar perto das margens novamente e ganhar o olhar melancólico do meu conhecido. Se já não o tenho. Só tenho nadado em águas que não me espelhem.

De vez em quando encontro um garoto nadando nas águas hostis do meu rio. Toda vez que me encontra me fita da mesma forma que fitei sua mãe. Ele me diz que em poucos anos vai poder falar comigo. Depois solta um sorriso conhecido e volta para a margem como quem já nasceu nadando.