Até os meus dez anos sempre levei uma vida normal e fazia tudo que as garotas da minha idade faziam: brincava de boneca, pulava corda e vivia me desentendendo com os meninos.
No dia vinte e quatro de outubro de mil novecentos e noventa e seis eu fui dormir da mesma maneira que vinha fazendo por toda a minha vida, mas por algum motivo que eu não saberia explicar, foi a noite mais estranha que já tive. Eu faria onze anos no dia seguinte, mas acordei com vinte e um. A primeira coisa que senti foi dor. A dor de ter todos os meus órgãos esticados e também a dor que eu sentia por estar usando uma calcinha apertada demais. Então veio a necessidade urgente de encontrar uma tesoura. Corri até o escritório da minha mãe (já que no meu estojo eu só tinha tesoura sem ponta para cortar papel) e cortei minha calcinha. Foi aí que eu conheci os meus pêlos pubianos. Corri de volta para o quarto e comecei a explorar as mudanças mais assustadoras. Além dos pêlos, haviam crescido também os meus seios e aparecido o meu primeiro desgosto de mulher: eu estava cheia de estrias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário