4. Colônias de férias
Um capítulo à parte na minha vida são as colônias de férias. Parando agora pra pensar, vejo que já fui a muitas delas, sempre por sugestão dos meus pais, provavelmente para que pudessem curtir as férias sem a pentelha aqui para cortar o barato deles. A que mais me marcou, talvez por ter sido a única que eu frequentei por vários anos, ou talvez por ter sido a última e, consequentemente, na qual eu estava mais velha, foi a do curso de teatro para crianças do grupo de palhaços Agitada Gang. Eu sonhava em ser atriz, então esse curso caiu como uma luva para mim e para os meus pais, que não queriam uma menina desocupada comendo biscoito o dia inteiro na frente da televisão. Muito provavelmente, foi lá que eu cheguei à conclusão de que não tinha o dom para a coisa.
No primeiro ano as aulas foram no Teatro Lima Penante. Sempre fui uma menina tímida e aquela atmosfera esmagava o que restava da minha autoconfiança. Mas mesmo assim, eu adorava aquele lugar. Subir num palco, mesmo sem platéia, era de uma magia indescritível e todas as pessoas ao meu redor pareciam fascinantes. Muito mais fascinantes do que eu, diga-se de passagem. Outra lembrança vívida dos tempos do curso é a dos casarões que ficavam nos arredores do teatro, todos belos e velhos, mas um em especial sempre mexeu com a minha imaginação pueril. Ele era enorme e tinha uma vasta área verde, com árvores altas e uma casinha nos fundos, provavelmente o banheiro.
Nos anos seguintes o teatro estava em reformas e as aulas aconteceram no Departamento de Comunicação da UFPB (que por sinal também precisava ser reformado) e na Casa Rosa (não a da Argentina, a de João Pessoa). Só no último ano que voltamos ao Lima Penante. Durante todo esse tempo eu levei minhas amigas para participarem do curso comigo, fiz papel de integrante de circo, paciente do SUS, contadora de histórias, criança mimada, nada de muito destaque, para a minha frustração. Mas existem momentos que passei lá que continuam vívidos na minha mente. Foi nessa época em que eu voltei a ter os dentes incisivos superiores (passei anos da minha infância complexada sem sorrir nas fotos), que eu tive a minha primeira guerra de tortas, que eu me apresentei no Theatro Santa Roza (ou Teatro Santa Rosa), caí de costas no palco ao tentar fazer uma “estrelinha”, usei um camarim e tive uma festa de encerramento das apresentações.
Não há dúvidas que nenhuma outra colônia de férias tenha me marcado como as do curso de teatro, mas há detalhes de outras que não foram esquecidos. Uma delas, talvez a mais remota, marcou-me pelo fato de termos feito biscoitos caseiros. Lembro-me dos formatos divertidos que todos faziam, como sofás, cadeiras, etc., enquanto eu, artista frustrada, não conseguia fazer mais que bolinhas ordinárias. Outra colônia da qual eu me lembro foi em uma fazenda. Pegamos um ônibus para chegar lá e eu nem sei quanto tempo ficamos, mas me recordo bem de uma apresentação que teve da história da Dona Baratinha (que anos mais tarde viria a se tornar um dos meus alteregos).
Não sei se a minha filha vai curtir as colônias de férias como eu, mas depois de todos esses anos eu reconheço que é um ótimo lugar para se saber um pouco mais sobre si mesmo, além de, obviamente, dar uma folguinha para os pobres pais, exaustos de cuidarem de crianças pentelhas como eu fui.
Um capítulo à parte na minha vida são as colônias de férias. Parando agora pra pensar, vejo que já fui a muitas delas, sempre por sugestão dos meus pais, provavelmente para que pudessem curtir as férias sem a pentelha aqui para cortar o barato deles. A que mais me marcou, talvez por ter sido a única que eu frequentei por vários anos, ou talvez por ter sido a última e, consequentemente, na qual eu estava mais velha, foi a do curso de teatro para crianças do grupo de palhaços Agitada Gang. Eu sonhava em ser atriz, então esse curso caiu como uma luva para mim e para os meus pais, que não queriam uma menina desocupada comendo biscoito o dia inteiro na frente da televisão. Muito provavelmente, foi lá que eu cheguei à conclusão de que não tinha o dom para a coisa.
No primeiro ano as aulas foram no Teatro Lima Penante. Sempre fui uma menina tímida e aquela atmosfera esmagava o que restava da minha autoconfiança. Mas mesmo assim, eu adorava aquele lugar. Subir num palco, mesmo sem platéia, era de uma magia indescritível e todas as pessoas ao meu redor pareciam fascinantes. Muito mais fascinantes do que eu, diga-se de passagem. Outra lembrança vívida dos tempos do curso é a dos casarões que ficavam nos arredores do teatro, todos belos e velhos, mas um em especial sempre mexeu com a minha imaginação pueril. Ele era enorme e tinha uma vasta área verde, com árvores altas e uma casinha nos fundos, provavelmente o banheiro.
Nos anos seguintes o teatro estava em reformas e as aulas aconteceram no Departamento de Comunicação da UFPB (que por sinal também precisava ser reformado) e na Casa Rosa (não a da Argentina, a de João Pessoa). Só no último ano que voltamos ao Lima Penante. Durante todo esse tempo eu levei minhas amigas para participarem do curso comigo, fiz papel de integrante de circo, paciente do SUS, contadora de histórias, criança mimada, nada de muito destaque, para a minha frustração. Mas existem momentos que passei lá que continuam vívidos na minha mente. Foi nessa época em que eu voltei a ter os dentes incisivos superiores (passei anos da minha infância complexada sem sorrir nas fotos), que eu tive a minha primeira guerra de tortas, que eu me apresentei no Theatro Santa Roza (ou Teatro Santa Rosa), caí de costas no palco ao tentar fazer uma “estrelinha”, usei um camarim e tive uma festa de encerramento das apresentações.
Não há dúvidas que nenhuma outra colônia de férias tenha me marcado como as do curso de teatro, mas há detalhes de outras que não foram esquecidos. Uma delas, talvez a mais remota, marcou-me pelo fato de termos feito biscoitos caseiros. Lembro-me dos formatos divertidos que todos faziam, como sofás, cadeiras, etc., enquanto eu, artista frustrada, não conseguia fazer mais que bolinhas ordinárias. Outra colônia da qual eu me lembro foi em uma fazenda. Pegamos um ônibus para chegar lá e eu nem sei quanto tempo ficamos, mas me recordo bem de uma apresentação que teve da história da Dona Baratinha (que anos mais tarde viria a se tornar um dos meus alteregos).
Não sei se a minha filha vai curtir as colônias de férias como eu, mas depois de todos esses anos eu reconheço que é um ótimo lugar para se saber um pouco mais sobre si mesmo, além de, obviamente, dar uma folguinha para os pobres pais, exaustos de cuidarem de crianças pentelhas como eu fui.
só fui em uma colonia na minha vida e foi traumatisante...
ResponderExcluirrestou engordar comendo biscoito vendo tv