sábado, 5 de novembro de 2005

Fique tício: bebe negão

- É assim que as coisas funcionam. No mundo, ou você rejeita ou é rejeitado.
- Ora, as coisas não são tão simples assim.
- Simples?
- É. Se for apenas esse o problema você só precisa rejeitar quando estiver pressentindo que vai ser rejeitada.
- Não adianta. Você pode até dizer que acabou, mas a rejeitada vai continuar sendo você.
- Eu acho é que você está sendo muito pessimista.
- De jeito nenhum. Estou sendo o mais otimista que posso. Ou pelo menos realista. Eu sei que sou eu a rejeitada dessa vez. Mas estou conformada com isso. Não foi a primeira vez e definitivamente não será a última. Mas por mais que os relacionamentos nos quais eu rejeitei tenham sido mais superficiais, acho que prefiro ser a “rejeitante”.
- Claro, você não é o peso.
- Exato, eu seria quem perderia o peso.
- Por falar em perder peso, estou precisando me exercitar.
- Vá pra academia. Fazer só sexo não adianta. Principalmente se você não faz mais, hehehe.
- Como você sabe?
- Eu estava brincando... Isso significa que você também é a rejeitada?
- Acho que quanto mais velhas ficamos maiores são as chances de sermos as rejeitadas, não é mesmo? Isso não acontecia quando éramos mais novas. Éramos nós que ficávamos fartas dos nossos namorados e acabávamos o namoro. Por que será isso?
- Não sei. Só sei que é um saco.
- Talvez homens gostem mesmo de ninfetas inexperientes.
- E você tinha alguma dúvida quanto a isso?
- Só você pra me fazer rir da minha própria desgraça desse jeito, hehehe.
- Ora, amiga é pra essas coisas. E de qualquer forma, ainda tem muito homem no mundo.
- Heterossexual?
- Bom...
- Eu já te falei do Rodolfo?
- Quem?
- Um rapaz dois anos mais novo por quem eu me interessei há uns três anos.
- Claro que eu não lembro.
- Bom, de qualquer forma, descobri essa semana que ele é gay.
- E daí?
- E daí? Daí que mesmo quando eu não sei que eles são, acabo me interessando por gays!
- É um karma.
- Karma o caralho. Aposto que é macumba.
- Ah, essa aposta é minha! Já marquei até hora em mãe-de-santo.
- Mãe-de-santo? Isso existe?
- Espero que exista. Com o preço que ela cobra dava pra comprar uma grade de cerveja.
- Aposto que o efeito seria o mesmo.
- Cerveja para curar mal-olhado?
- Vodca para trazer de volta a pessoa amada!
- Cachaça para tirar maldição!
- Vamos beber.
- “Eu vou beber pra esquecer meus pobremaaaaaaa!”
- Te amo.
- Também te amo, querida.
- Pena que você não tem um pinto.

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