Seu sonho era aparecer no Big Brother Brasil. Na verdade o sonho começou ainda na época do Na Real da MTV. No fim das contas, era a maneira menos trabalhosa de ficar famosa, pensava.
Acompanhou o surgimento e a ascensão dos blogs. Obviamente, não podia deixar de ter o seu, mas dava muito trabalho atualizá-lo de maneira que as outras pessoas o achassem interessante. Deu graças a deus quando surgiram os fotologs, era uma maneira mais fácil e mais eficaz de se mostrar para o mundo. O problema é que quando conseguiu a sua câmera digital, os fotologs famosos já estavam consolidados.
Começou então a usar a sua câmera para tirar fotos nua. Fotos artísticas, pensava ela, estava se transformando em uma grande artista. Ficaria para os anais. Mas a arte foi ficando para trás à medida que o nível dos comentários ia diminuindo.
Sua fama por fim se restringiu aos punheteiros de plantão.
Baseado na foto do dia 31/12/2006 do fotolog bloodberry.
domingo, 31 de dezembro de 2006
sábado, 30 de dezembro de 2006
O Gafanhoto Falante
Estava saindo da praia com alguns familiares, tínhamos acabado de ver o famoso pôr-do-sol da praia do Jacaré. Decepcionante. Entrei no carro e ao fechar a porta vi que tinha um gafanhoto me encarando da janela. O cumprimentei e ele, muito educado, cumprimentou-me de volta, como deve fazer um bom gafanhoto. Perguntei-lhe para onde ia e ele respondeu:
- Pra qualquer lugar.
- Está sem rumo?
- Vou para onde você for.
- Por que, gafanhoto?
- Quero ficar com você.
- Mas por quê?
- Fui com a sua cara.
- Olha, a minha cachorra não gosta de outros bichos lá em casa.
- Quem manda na sua casa é você ou a sua cachorra?
- Na verdade a minha mãe.
- E cadê a ela?
- Está no outro carro.
- E esse é o seu pai?
- Não, é o namorado da minha mãe.
- Eles brigaram?
- Não, ué.
- Enfim, isso não é da minha conta.
- Que mal lhe pergunte, por que você quer ir pra minha casa?
- Eu vou para onde você for.
- Olha gafanhoto, você tá muito folgado, me diz logo o que você quer senão eu te rebolo no mato.
- Eu só queria chamar a sua atenção.
- Pra quê?
- Pra ser mais famoso que os demais gafanhotos. Odeio o Grilo Falante, sei que posso ser muito melhor que ele. Nós gafanhotos somos muito mais cinematográficos.
Olha, o máximo que eu posso fazer é tirar uma foto sua.
- Tá bom, já é alguma coisa. Você tem fotolog?
- Tenho.
- Então posta a foto lá?
- Hum...
- Olha que se não postar eu puxo o teu pé de noite!
- Te enxerga, gafanhoto!
Baseado na foto do dia 30/12/2006 do fotolog bloodberry
- Pra qualquer lugar.
- Está sem rumo?
- Vou para onde você for.
- Por que, gafanhoto?
- Quero ficar com você.
- Mas por quê?
- Fui com a sua cara.
- Olha, a minha cachorra não gosta de outros bichos lá em casa.
- Quem manda na sua casa é você ou a sua cachorra?
- Na verdade a minha mãe.
- E cadê a ela?
- Está no outro carro.
- E esse é o seu pai?
- Não, é o namorado da minha mãe.
- Eles brigaram?
- Não, ué.
- Enfim, isso não é da minha conta.
- Que mal lhe pergunte, por que você quer ir pra minha casa?
- Eu vou para onde você for.
- Olha gafanhoto, você tá muito folgado, me diz logo o que você quer senão eu te rebolo no mato.
- Eu só queria chamar a sua atenção.
- Pra quê?
- Pra ser mais famoso que os demais gafanhotos. Odeio o Grilo Falante, sei que posso ser muito melhor que ele. Nós gafanhotos somos muito mais cinematográficos.
Olha, o máximo que eu posso fazer é tirar uma foto sua.
- Tá bom, já é alguma coisa. Você tem fotolog?
- Tenho.
- Então posta a foto lá?
- Hum...
- Olha que se não postar eu puxo o teu pé de noite!
- Te enxerga, gafanhoto!
Baseado na foto do dia 30/12/2006 do fotolog bloodberry
sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
Espera
Cinco horas. Ela tinha chegado meia hora antes do combinado. Com sua mania de sempre achar que está atrasada acaba chegando sempre antes de todo mundo. Odiava isso mais do que chegar atrasada.
O tempo passava e nada. Ela acendia um cigarro, dois, pedia um chopp, um espetinho de calabresa. Ficou empanzinada e ainda nada. Resolveu passear pelo shopping, pra passar o tempo. Parou na frente da vitrine de lingeries por um bom tempo. Mas foi inútil.
Da próxima vez sairia com um decote maior.
O tempo passava e nada. Ela acendia um cigarro, dois, pedia um chopp, um espetinho de calabresa. Ficou empanzinada e ainda nada. Resolveu passear pelo shopping, pra passar o tempo. Parou na frente da vitrine de lingeries por um bom tempo. Mas foi inútil.
Da próxima vez sairia com um decote maior.
domingo, 10 de dezembro de 2006
Amendoins
Sexta-feira eu estava em um show e me perguntaram se eu ainda escrevia. Eu sempre fico surpresa ao descobrir meus "leitores". Principalmente quando se trata de pessoas desconhecidas, ou seja, aquelas que lêem por livre e espontânea vontade.
Eu falei que não escrevia há muito tempo, o que é a mais pura verdade, provavelmente desde que entrei na universidade. Hoje em dia, só para não deixar o blog abandonado fico colocando fotos de calcinhas... Mas fotos conceituais!
Minhas férias começaram, acabaram e eu não escrevi uma linha sequer. Pelo menos não uma linha literária (ou pretensa). Hoje em dia eu como jaboticabas na frente do computador olhando o orkut. Quem sabe dentro de uma delas eu não encontro os amendoins do Super Pateta?
Eu falei que não escrevia há muito tempo, o que é a mais pura verdade, provavelmente desde que entrei na universidade. Hoje em dia, só para não deixar o blog abandonado fico colocando fotos de calcinhas... Mas fotos conceituais!
Minhas férias começaram, acabaram e eu não escrevi uma linha sequer. Pelo menos não uma linha literária (ou pretensa). Hoje em dia eu como jaboticabas na frente do computador olhando o orkut. Quem sabe dentro de uma delas eu não encontro os amendoins do Super Pateta?
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
Trecho de um romance que estou tentando escrever...
- Preparada para a nossa primeira noite?
- Na verdade não, mas que diferença isso faz? – respondeu Sofia para o seu então cafetão.
- Boa garota. Continue assim e será a nossa Hilda Furacão!
- Tudo que eu sempre sonhei...
- Ih, já começou a resmungar, tão cedo?
- Relaxe, eu não vou te causar problemas.
- Assim espero. Mas escuta, o que você acha de ter uma chinfra?
- Tipo o quê?
- Um sotaque estrangeiro, sei lá! Inventa algo.
- Sempre quis ter um tique nervoso.
- Algo sexy, por favor.
- Hum... Você é homem, ajuda aí!
- Que tal um sotaque francês?
- Não, isso já ta muito batido! E se eu fosse frígida? Gélida?
- Frígida? Meu doce, se os clientes quiserem uma mulher frígida irão atrás das suas esposas, sai mais barato. Uma puta de luxo tem que ser ardente, enlouquecedora.
- Uau.
- Palhaça.
- Olha o respeito. Puta.
- Você tem uma bela boca.
- E daí? Sabe que não adianta me cantar.
- Deixa de ser burra! Escuta, teu charme pode ser a boca.
- Biquinhos etc?
- E um batom vermelho.
- Que coisa mais... esquece. Continue.
- Você retocaria o seu batom vermelho a cada cliente. O gastaria todo nos corpos deles. Seus lábios seriam lembrados nos sonhos de todos os clientes satisfeitos. Faria com que eles não precisassem desejar outro buraco do teu corpo além dela, a boca. Eles implorariam para morrer triturados pelos teus dentes, para terem todo o sangue bebido por você.
Enquanto tecia suas pretensões, os olhos do cafetão brilhavam alucinados, sonhando com um futuro de glória. Após alguns segundos de silêncio, o vendo sorrindo olhando para o nada, Sofia diz:
- Certo, e você pode me dizer como eu vou me transformar nesse aspirador erótico?
- Praticando, docinho. Agora corra e faça jus aos lábios que o Pai te deu!
Sofia mostrou um sorriso meio preso e saiu da casa para botar a boca no mundo.
- Na verdade não, mas que diferença isso faz? – respondeu Sofia para o seu então cafetão.
- Boa garota. Continue assim e será a nossa Hilda Furacão!
- Tudo que eu sempre sonhei...
- Ih, já começou a resmungar, tão cedo?
- Relaxe, eu não vou te causar problemas.
- Assim espero. Mas escuta, o que você acha de ter uma chinfra?
- Tipo o quê?
- Um sotaque estrangeiro, sei lá! Inventa algo.
- Sempre quis ter um tique nervoso.
- Algo sexy, por favor.
- Hum... Você é homem, ajuda aí!
- Que tal um sotaque francês?
- Não, isso já ta muito batido! E se eu fosse frígida? Gélida?
- Frígida? Meu doce, se os clientes quiserem uma mulher frígida irão atrás das suas esposas, sai mais barato. Uma puta de luxo tem que ser ardente, enlouquecedora.
- Uau.
- Palhaça.
- Olha o respeito. Puta.
- Você tem uma bela boca.
- E daí? Sabe que não adianta me cantar.
- Deixa de ser burra! Escuta, teu charme pode ser a boca.
- Biquinhos etc?
- E um batom vermelho.
- Que coisa mais... esquece. Continue.
- Você retocaria o seu batom vermelho a cada cliente. O gastaria todo nos corpos deles. Seus lábios seriam lembrados nos sonhos de todos os clientes satisfeitos. Faria com que eles não precisassem desejar outro buraco do teu corpo além dela, a boca. Eles implorariam para morrer triturados pelos teus dentes, para terem todo o sangue bebido por você.
Enquanto tecia suas pretensões, os olhos do cafetão brilhavam alucinados, sonhando com um futuro de glória. Após alguns segundos de silêncio, o vendo sorrindo olhando para o nada, Sofia diz:
- Certo, e você pode me dizer como eu vou me transformar nesse aspirador erótico?
- Praticando, docinho. Agora corra e faça jus aos lábios que o Pai te deu!
Sofia mostrou um sorriso meio preso e saiu da casa para botar a boca no mundo.
sexta-feira, 15 de setembro de 2006
Outros 500
Atirando para todos os lados. Vendendo o peixe, puxando a sardinha pro meu lado etc e tal.
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Iuri e Yuri
Iuri conheceu Yuri quando esteve no Japão a trabalho. Ele e sua mulher foram convidados a jogar pachinko pelo seu sócio, mas ela ficou no bar conversando com ele, de modo que Iuri foi jogar sozinho.
Sentou-se intencionalmente ao lado de Yuri. Mulheres japonesas não o atraíam, mas ela havia causado uma estranha fascinação nele. Com os olhos fixos nas pachinko dama, demorou a perceber que havia se transformado no objeto de desejo do homem ao seu lado. No momento em que ia pegar mais bolas Iuri a abordou.
Olhou para o bar e viu sua mulher entornar a terceira bloody mary. Entretanto, Iuri não falava japonês. Yuri olhava-o como se esperasse que aquele estrangeiro lhe dirigisse frases em sua língua mãe.
Ela sorriu. Cumprimentou-o em francês, inglês, italiano e russo. Ele sentiu-se aliviado. Convidou-a a sair dali. Sua mulher já estava no quinto drink. Yuri olhou para o bar e aceitou o convite.
Depois da nona bloody mary, a mulher de Iuri levantou-se apoiada pelo sócio e voltaram para o hotel. Arrumaram as malas e retornaram à Rússia no dia seguinte. No vôo de volta tomaram whisky cowboy.
Sentou-se intencionalmente ao lado de Yuri. Mulheres japonesas não o atraíam, mas ela havia causado uma estranha fascinação nele. Com os olhos fixos nas pachinko dama, demorou a perceber que havia se transformado no objeto de desejo do homem ao seu lado. No momento em que ia pegar mais bolas Iuri a abordou.
Olhou para o bar e viu sua mulher entornar a terceira bloody mary. Entretanto, Iuri não falava japonês. Yuri olhava-o como se esperasse que aquele estrangeiro lhe dirigisse frases em sua língua mãe.
Ela sorriu. Cumprimentou-o em francês, inglês, italiano e russo. Ele sentiu-se aliviado. Convidou-a a sair dali. Sua mulher já estava no quinto drink. Yuri olhou para o bar e aceitou o convite.
Depois da nona bloody mary, a mulher de Iuri levantou-se apoiada pelo sócio e voltaram para o hotel. Arrumaram as malas e retornaram à Rússia no dia seguinte. No vôo de volta tomaram whisky cowboy.
domingo, 27 de agosto de 2006
sexta-feira, 14 de julho de 2006
quarta-feira, 12 de julho de 2006
Flashback
Sexta-feira, Maio 13, 2005
Lavagem
- Essa batata não tá muito boa hoje...
- É que hoje é o dia de pagar os policiais.
- Que emocionante, estou comendo em um restaurante da máfia grega.
- Qual você acha que é a área deles?
- Tráfico de drogas?
- Não...
- Tráfico de crianças para a prostituição?
- Deve ser isso... Olha só aquele garçom de gravatinha... Ele tem cara de quem a qualquer instante vai sacar uma arma e atirar em todos no restaurante... Acho que vou lá falar com ele e pedir pra que não faça isso enquanto eu estiver almoçando aqui... Vai, termina logo de comer que eu quero fumar o meu digestivo.
Só pra constatar que se inspiraram em mim ao fazer Belíssima.
quinta-feira, 29 de junho de 2006
Casamento
Essa noite eu sonhei que me casava. Com direito a festão, vestido branco e tudo mais. Eu. Isso é assustador.
O pior é que eu acordei e fiquei sem saber quem era o meu noivo.
Instinto materno ainda vá lá, mas querer casar a essa altura do campeonato? Isso não!
O engraçado é que terminado o casório eu voltei pra casa. Nada de noivo nem de lua-de-mel. Só eu, mesmo...
O pior é que eu acordei e fiquei sem saber quem era o meu noivo.
Instinto materno ainda vá lá, mas querer casar a essa altura do campeonato? Isso não!
O engraçado é que terminado o casório eu voltei pra casa. Nada de noivo nem de lua-de-mel. Só eu, mesmo...
quarta-feira, 28 de junho de 2006
O moreno
Uma e meia da tarde saí do ginecologista e fui para a parada de ônibus.
Sentei ao lado de um rapaz moreno, de cabelos curtos e alguns primeiros fios brancos.
Não gosto muito de paquerar, mas ele percebeu o meu interesse e começamos a conversar.
Atrás de nós estavam sentados dois mórmons barulhentos. Acho que queriam que todos no ônibus soubessem que eles eram gringos. Até hoje não entendi qual é a dos mórmons.
Quando me dei conta estava beijando o moreno. Descobri da pior maneira que não é algo muito confortável beijar alguém dentro de um ônibus em movimento.
Ao olhar novamente para o rosto dele me arrependi imediatamente do que tinha acontecido. Ele sorria para mim e perguntou-me se eu queria ser sua namorada.
Arregalei os olhos e aleguei que nem o conhecia. Ele ficou furioso. Só não me chamou de santa.
O ônibus chegou na minha rua e puxei a cordinha para descer. O moreno segurou o meu braço e começou a me ameaçar.
Consegui me desvencilhar dele, desci correndo até a minha casa.
Quando estava abrindo o portão, o ônibus dobrou a esquina.
Acordei.
Levantei-me, puxei a cordinha e vim andando até a minha casa.
Sentei ao lado de um rapaz moreno, de cabelos curtos e alguns primeiros fios brancos.
Não gosto muito de paquerar, mas ele percebeu o meu interesse e começamos a conversar.
Atrás de nós estavam sentados dois mórmons barulhentos. Acho que queriam que todos no ônibus soubessem que eles eram gringos. Até hoje não entendi qual é a dos mórmons.
Quando me dei conta estava beijando o moreno. Descobri da pior maneira que não é algo muito confortável beijar alguém dentro de um ônibus em movimento.
Ao olhar novamente para o rosto dele me arrependi imediatamente do que tinha acontecido. Ele sorria para mim e perguntou-me se eu queria ser sua namorada.
Arregalei os olhos e aleguei que nem o conhecia. Ele ficou furioso. Só não me chamou de santa.
O ônibus chegou na minha rua e puxei a cordinha para descer. O moreno segurou o meu braço e começou a me ameaçar.
Consegui me desvencilhar dele, desci correndo até a minha casa.
Quando estava abrindo o portão, o ônibus dobrou a esquina.
Acordei.
Levantei-me, puxei a cordinha e vim andando até a minha casa.
sábado, 24 de junho de 2006
Sentada no chão da minha casa ela admitiu que só estava comigo por interesse. Eu fingi que já sabia e disse que não me importava com isso. Eu gostava de estar com ela e acreditava que agüentaria me sujeitar à humilhação que fosse para ficar ao seu lado. Hesitou um pouco quando propus que continuássemos como estávamos, mas cedeu. Dessa maneira ela poderia continuar com seu plano inicial.
O que eu não sabia era que machucava mais estar ao lado dela enquanto pensava em outro, do que estar longe, me alimentando de um amor platônico. Aos poucos uma angústia tomou conta de mim, como se eu tivesse cólicas eternas. Toda vez que eu me deitava com ela podia ouvir seus pensamentos chamando o nome de outro homem. Chamei-a pelo nome da mãe dela, só para irritar.
Hoje estamos casados e com dois filhos.
O que eu não sabia era que machucava mais estar ao lado dela enquanto pensava em outro, do que estar longe, me alimentando de um amor platônico. Aos poucos uma angústia tomou conta de mim, como se eu tivesse cólicas eternas. Toda vez que eu me deitava com ela podia ouvir seus pensamentos chamando o nome de outro homem. Chamei-a pelo nome da mãe dela, só para irritar.
Hoje estamos casados e com dois filhos.
quinta-feira, 22 de junho de 2006
Hippie
Era dezembro e eu juntei o que sobrava do meu décimo terceiro para viajar com uma amiga. Escolhemos uma praia ao norte do estado, linda, cheia de turistas. Meu sonho era encontrar um homem nórdico que quisesse me levar para passar o resto das férias na Suíça. Acho que essa minha cara de indiana não atrai muito os gringos, porque flertei a torto e a direito sem ganhar um beijinho sequer a noite toda.
No dia seguinte resolvi não esquentar com os homens e bebi litros e mais litros de cerveja. Quando me dei conta, estava achando que era o Gene Kelly, pulando nas poças d’água no meio da rua. Na hora não esquentei muito, achei que os suíços podiam gostar de um pouco de excentricidade brasileira.
No nosso terceiro dia na praia fui acometida de uma dor de cabeça lacerante e resolvi maneirar um pouco na bebida. Sóbria, aproveitei para visitar a feirinha de artesanato, de repente comprar um brinco, um colar... Enquanto eu passeava desinteressada fui abordada por um hippie, que segurou a minha mão e começou a me fazer um anel no formato de coração. Eu não me incomodei com as investidas dele, pelo contrário, algo naquele homem alto, moreno, descalço, cheio de dreads e tatuagens me agradou. O quê que é o mistério. Quando me dei conta estava atracada com ele no meio da rua.
Ao invés de um nórdico, eu fui dormir aquela noite com um hippie piolhento.
No dia seguinte resolvi não esquentar com os homens e bebi litros e mais litros de cerveja. Quando me dei conta, estava achando que era o Gene Kelly, pulando nas poças d’água no meio da rua. Na hora não esquentei muito, achei que os suíços podiam gostar de um pouco de excentricidade brasileira.
No nosso terceiro dia na praia fui acometida de uma dor de cabeça lacerante e resolvi maneirar um pouco na bebida. Sóbria, aproveitei para visitar a feirinha de artesanato, de repente comprar um brinco, um colar... Enquanto eu passeava desinteressada fui abordada por um hippie, que segurou a minha mão e começou a me fazer um anel no formato de coração. Eu não me incomodei com as investidas dele, pelo contrário, algo naquele homem alto, moreno, descalço, cheio de dreads e tatuagens me agradou. O quê que é o mistério. Quando me dei conta estava atracada com ele no meio da rua.
Ao invés de um nórdico, eu fui dormir aquela noite com um hippie piolhento.
quarta-feira, 21 de junho de 2006
Solidão
Certo, uma prece: por motivos sentimentais. Deus Todo-Poderoso, lamento ser agora um ateu, mas o Senhor leu Nietszche? Ah, que livro! Deus Todo-Poderoso, vou jogar limpo nesta questão. Vou Lhe fazer uma proposta. Faça de mim um grande escritor e eu voltarei à Igreja.
Pergunte ao pó, John Fante
Puxei a cordinha do ônibus e desci na Prata. Olhei ao meu redor, mas não encontrei ninguém me esperando lá. Fui até a arvorezinha da esquina e me encostei nela para esperá-lo. Estava sem relógio e não tinha noção do tempo, mas imagino que tenha ficado esperando uma meia hora. Nesse meio tempo passou um carro cheio de homens fazendo gracinha para mim. Fechei a cara e olhei para o lado oposto.
Por mais que eu fizesse força para ter raiva dele, escancarei o sorriso quando o vi chegar. Deu-me um beijo no rosto e levou-me pela mão até sua casa. Senti um frio na espinha ao entrar lá. Tinha cheiro de homem. Fazia tempo que eu não sentia esse cheiro. Senti uma nostalgia maravilhosa. Passamos direto pela sala e fomos ao quarto dele. Afastou as cuecas e as meias jogadas em cima da cama para que eu me sentasse. Então começamos a nos beijar.
Ao fim da tarde ele vestiu as calças e acendeu um cigarro. Olhei para o lado e vi suas costas nuas. Sentei e comecei a me vestir. Quando eu já estava pronta, vestiu uma camisa branca, calçou as havaianas e abriu caminho até a parada do ônibus. Ao chegarmos ao ponto, beijou-me a testa e falou:
- Até amanhã.
sexta-feira, 21 de abril de 2006
A república dos belos
O presidente da república declarou em rede nacional que a partir de agora todos os feios do país estão proibidos de gerar descendentes. A revolta foi geral. Os primeiros a se manifestarem na mídia foram os cirurgiões plásticos: "eles querem me deixar desempregado" declara o cirurgião que pede para não ser identificado. Os belos também reclamam: "o que será de nós sem os feios?" diz modelo. Até então nenhum feio se pronunciou. Há boatos de que o presidente vem sendo apelidado de Hitler com essa tentativa de ter futuras gerações no país formadas só de pessoas bonitas fisicamente.
sábado, 18 de março de 2006
Ideologia
Ouvi dizer que o Cabral seria a nossa salvação. Obviamente entrei em pânico, pois não confio nesse sujeito. Minha mãe falou que eu devia me redimir enquanto é tempo. Eu nunca ouvi minha mãe, por que o faria agora?
Por que logo o Cabral? Odeio gente burra. Acho que essa é a hora de me mudar... Ou seria a hora de mudar? Se o Cabral fosse eleito e eu estivesse ao lado dele, estaria feito na vida! Quem sabe eu não me lançaria na carreira política também?
Minha mãe vai ficar tão orgulhosa de mim! Tenho que ligar para dar-lhe as boas novas!
- Mãe!
- Pedro?
- Eu vou ser deputado, mãe!
- Você? Mas você sempre odiou política.
- Eu vou fazer as pazes com o Cabral e pedir a ajuda dele para lançar a minha carreira política!
- Você não ficou sabendo?
- Sabendo do quê?
- O Cabral morreu ontem, Pedro!
Por que logo o Cabral? Odeio gente burra. Acho que essa é a hora de me mudar... Ou seria a hora de mudar? Se o Cabral fosse eleito e eu estivesse ao lado dele, estaria feito na vida! Quem sabe eu não me lançaria na carreira política também?
Minha mãe vai ficar tão orgulhosa de mim! Tenho que ligar para dar-lhe as boas novas!
- Mãe!
- Pedro?
- Eu vou ser deputado, mãe!
- Você? Mas você sempre odiou política.
- Eu vou fazer as pazes com o Cabral e pedir a ajuda dele para lançar a minha carreira política!
- Você não ficou sabendo?
- Sabendo do quê?
- O Cabral morreu ontem, Pedro!
sábado, 7 de janeiro de 2006
MSN: Ara, caju!
Taï diz:
vai ter xou de zeca baleiro de graça em aracaju
eu quero ir pra lá ;~~
Ega da Moela diz:
ehiehieheihei
eu nao
tenho medo de aracaju
Taï diz:
heuehuehue
medo por que?
Ega da Moela diz:
sei la
nunca gostei do nome
=P
Taï diz:
af
eu gosto de caju
Ega da Moela diz:
é, mas o q é um ara antes do caju?
soh pde ser bixinho da indigestao
=P
Taï diz:
é um matuto falando
jeuehuehuehuehuehe
ara, caju!
Ega da Moela diz:
hahahahahahhahahhahahaahahah
boa
=P
Taï diz:
heuhueuhehuehueuhehueueuheh
Ega da Moela diz:
entao, tenho medo de matuto com foice
=P
Taï diz:
afff
mas esse matuto só toma cana
Ega da Moela diz:
entao
pra matar e cortar em pedacinhos é dois minutos
vai ter xou de zeca baleiro de graça em aracaju
eu quero ir pra lá ;~~
Ega da Moela diz:
ehiehieheihei
eu nao
tenho medo de aracaju
Taï diz:
heuehuehue
medo por que?
Ega da Moela diz:
sei la
nunca gostei do nome
=P
Taï diz:
af
eu gosto de caju
Ega da Moela diz:
é, mas o q é um ara antes do caju?
soh pde ser bixinho da indigestao
=P
Taï diz:
é um matuto falando
jeuehuehuehuehuehe
ara, caju!
Ega da Moela diz:
hahahahahahhahahhahahaahahah
boa
=P
Taï diz:
heuhueuhehuehueuhehueueuheh
Ega da Moela diz:
entao, tenho medo de matuto com foice
=P
Taï diz:
afff
mas esse matuto só toma cana
Ega da Moela diz:
entao
pra matar e cortar em pedacinhos é dois minutos
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