– Não fique aqui até tarde, porque o Miramar já não é mais o mesmo!
Respondo com uma afirmativa e continuo a ler. Pouco tempo depois a campainha toca. Quem seria tão sem noção a ponto de bater na casa dos outros a essa hora sem avisar? Fico logo apreensiva. Madona corre para latir ao muro. Avisto uma mulher baixa e magra e me aproximo.
– Cala a boca, Madona! – dirijo-me então para a mulher – Diga?
Ela começa a explicar a sua odisséia. Eu me controlo para prestar mais atenção no que ela diz do que na fedentina que exalavam as suas axilas. Disse-me que tinha acabado de sair do Juliano Moreira e estava precisando de dinheiro para completar o da medicação e para isso estava vendendo um par de sapatos de salto (ou seriam sandálias? Ou tamancos? Eram fechados na frente e abertos atrás), numa cor verde-musgo, que tinham sido doados pela igreja.
Hesitei por um instante, com medo de serem frutos de furto, mas entrei em casa e pedi à minha mãe os quatro reais que ela cobrou. Minha mãe não tinha trocado e o sapato (sandália ou tamanco) acabou ficando por cinco. A mulher me agradece imensamente e vai embora. Levo a nova aquisição para a sua dona de direito, mas não sem antes trancar-me cuidadosamente dentro de casa.
E o sapato? Foi para um brechó por cinco reais.
Tão bom vela escrevendo! Tudo real? no mínimo magico..
ResponderExcluirExceto o fato de que o sapato ainda não estar no brechó, tudinho, heehhee ;D
ResponderExcluirBrigada, também me sinto tão bem escrevendo novamente ;~
Mesmo que eu não ache os textos nenhuma Brastemp, ainda assim é bom demais produzir algo ;)