domingo, 24 de outubro de 2004

Depois de muito trabalho, o Cão tira umas férias

- Você está melhor.
- Pois é, estamos.
- Estamos melhor.
- Hehehehehe.
- Bem melhor. Eles que estão na merda.
- Legal. O negócio agora é saber se vamos arranjar algo melhor. ... Poxa, deve ser sem-graça ser esposa de médico.
- Que nada.
- Ter que jogar tênis nas manhãs de domingo com os clientes ricos dele.
- Você tem tempo de sobra pra ficar com outros e ainda tem dinheiro.
- heuheuehuehuehuehueheuhe. Ou, mas tem cara de vida deprimente...
- Heheheheh. Qual vida não é?
- Ou, tem umas que pelo menos têm uma fachada poética.
- Mas que são um saco também, eehhehe. Bom é morrer cedo e de overdose.
- Vou-me embora pra Coréia do Sul e me amancebo lá.
- E deixar algumas coisas pros outros se lembrarem da gente.
- É, e sermos considerados gênios, e termos um filme sobre nós.
- Gênios mortos, são os melhores. Isso, e todos vão falar que eu era fantástica por vomitar na boate em que eu trabalhava.
- Heuheuehuehuehuehu.
- E todos os bartenders vão vomitar nos clientes.
- hUAhUahuAhUHA.
- Vamos revolucionar o mundo, hieheiheiehiehi.
- E deixar bandeides nas bebidas.
- É. Ehiehieheiheiehiehiehie. Vai ser a revolução, a revolução.
- Sim. Seríamos tudo que Raul Seixas não conseguiu ser, mesmo sem saber o que ele queria ser e sem saber caráleo nenhum sobre ele.
- Hahaahhahahahahhahaha. Ele era macho, somos fêmeas. Podemos ser tudo.
- Heuehuehueheuheuhe.
- Realmente gostei da idéia de todo bartender vomitar no cliente e colocar band-aid na caipirinha. heiheiehie.
- Claro, ninguém mais pensaria nisso.
- Heiheiheiehiehi.
- Nosso bar seria um sucessso internacional, pessoas viriam para o Brasil só para irem ao nosso bar.
- Sucesso de crítica, hiehiehie.
- Então abriríamos franquias em todas as regiões do mundo e eu iria cuidar das franquias do Japão.
- Ehiehiehiehie.
- E me casaria com um japonês com cara de mulher.
- Qualquer coisa é motivo pra você me abandonar.
- Você iria comigo, que tal? Mudaríamos nossa sede para o Japão.
- Pode ser, lá tem várias drogas inéditas, ehehehe.
- E teríamos uma sucursal em Hong Kong.
- Sim sim , teríamos tudo, heiheiheie.
- Teríamos uma casa, um amor, um gato, um cachorro, um emprego e dinheiro.


- Oba, vou publicar esse diálogo também.
- Tá, mas eu já ia usar minha história de bartender, hieheiheiheiheie.
- E ainda pode usar, já seria um intertexto, olha que chique!
- Haihaihaiahiahiahia. Tá bom, minha vida como bargirl é a mais debilóide de todas, não sei como as pessoas não me odeiam, sou muito anta.
- HUAhUhauHA. Bom, eu teria ficado muito puta se descobrisse um bandeide na minha bebida. No mínimo vomitaria em você.
- Eu sei, eu também, ehieheiheiehiehie.
- E começaria a moda antes. Aí nossos planos iriam por água abaixo e nada de sucursal no Japão.
- É... Mas por sorte a gerente descobriu antes e foi boazinha, heiheiehiehie.
- Heuhuehuehueheuhe.

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