sexta-feira, 12 de junho de 2009

Desvirtuando Shakespeare

para Samuel

- Oh, Romeu, onde estás que não me atendes?
- Estou aqui embaixo, bela Julieta!
- Romeu, amor meu, como queria que estivesses aqui ao meu lado nesse instante, mas demoraste muito, não tarda a hora da cotovia cantar.
- Então joga logo as tuas tranças!
- Tranças, Romeu?
- Sim, antes que os sete anões voltem e tu adormeças novamente.
- Ô Romeu, você tá me confundindo com outra?
- Julieta, preciso bater a real contigo. Gosto muito de você, mas não dá mais pra namorar escondido.
- Estás pedindo para que fujamos juntos?
- Ficou louca? Pra sermos perseguidos pelo resto da vida? Olha, não é nada contra você, mas não dá pra namorar com seu pai embaçando o tempo inteiro, entende?
- Então você está me largando?
- Você merece um cara melhor do que eu, alguém que seus pais aceitem.
- Mas é você que eu quero, ó, Romeu!
- E eu também preciso de alguém menos complicada. Lá nos contos de fadas têm umas princesas super gente fina...
- Contos de fadas?
- É, e lá também tem uns príncipes que enfrentam dragões e tudo mais.
- Príncipes?
- É! Então... estamos quites?
- Uma porra. PAIÊEEEEE!

4 comentários:

  1. Mamãe vai me deserdar ;P

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  2. Sua mãe nunca vai lhe deserdar!
    Principalmente porque você provou a superioridade e primazia do texto shakespeareano que sobrevive a mil e quinhentos ataques desse tipo desde o século 16 quando este texto foi encenado pela primeira vez.
    O que você fez foi provar que Shakespeare continua vivo, não importam as ideologias, os costumes: o tempora o mores!
    Viva Shakespeare, viva minha filha!

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  3. ahuahuhu otimo! vou tranformar em quadrinho ;x

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