terça-feira, 9 de junho de 2009

Simone

- Cara, é triste, mas a Simone se fudeu bastante.
- Foi? O que houve?
- No relacionamento aberto dela com o Sartre.
- Tadinha...
- Ah... ela ficou velha.
- As mulheres sempre se fodem nos relacionamentos abertos.
- Ele ficou mais famoso que ela.
- Frida também se fodeu, né.
- Ele começou a pegar várias...
- Bom, ela ficou mais famosa.
- Mas assim, eu li a biografia Sartre Simone. Mais da Simone que dele. Ela era muito mais foda que ele, né.
- Ela era mais foda que ele?
- Ele pra mim era um velho babão.
- Uhum. Foda...
- Muito mais.
- Homens sempre parecem velhos babões. Constatei muito disso transando com meus professores. Sempre decepcionantes.
- É... o Sartre era um figura bizarra. A Simone era sensacional. Vou levar o livro que tenho pra você.
- Tá!
- Ela era genial. Obviamente no amor não se dava muito bem. Mas também... quem precisa se dar bem no amor, né?
- Heehehehhe... sei lá.
- Bando de maricas escrotos.
- Eu sou uma romântica de merda. Eu cresci vendo filmes de mulherzinha, não consigo evitar.
- Eu também, eu também.
- Por mais que eu saiba que são um bando de babacas, eu sempre quero me apaixonar.
- Eu também, mas é justamente esse o ponto, se apaixonar. É saber que não vai durar. Zero.
- É.
- É aqui, agora, 6 meses, pronto.
- Exato.
- E isso me deprime também.
- 6 meses e pronto.
- Porque as pessoas dizem...
- Um amor lancinante.
- Ah, depois da paixão, vem o amor.
- Por 6 meses. Ah cara...
- E pra mim nunca veio o amor.
- Eu não sei viver sem paixão. Porque acaba a paixão e os defeitos daquela pessoa passam a me incomodar demais para uma convivência.
- Exato. Pra mim o mesmo. É uma merda, não dá pra viver sem paixão. Pelo menos até agora.
- Aí a questão de viver separado pra mim é só o fato de que os defeitos vão demorar um pouco mais pra aparecer, pra incomodar.
- Cara... esse revival que tive foi ótimo. Porque realmente, eu percebi como é bom morar em casas diferentes.

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